Do Estadão Os presidentes do Brasil e Uruguai firmaram nesta segunda-feira, 26, acordos para avançar negociações e fechar programas de comércio e cooperação energética, um passo exigido com insistência pelo governo do uruguaio Tabaré Vázquez.
Diante das concessões do presidente brasileiro, Vázquez disse que o Uruguai se manterá no Mercosul.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou ao país nesta segunda-feira para discutir os pedidos de Vázquez pela abertura de mais mercados ao Uruguai, mas também para expressar a posição contrária do Brasil e do Mercosul a respeito de acordos comerciais fora do bloco.
A visita de Lula ao Uruguai acontece dez dias antes da chegada do presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, país com o qual Montevidéu analisa a possível implantação de um Tratado de Livre Comércio (TLC).
Os documentos assinados pelos dois presidentes consistem em um memorando de entendimento para a promoção de comércio e investimentos, um protocolo de intenções sobre um programa de cooperação na área de biocombustíveis e um protocolo adicional para a criação de uma comissão mista permanente para energia e minério.
Além disso, ambos se comprometeram a reconstruir a ponte Barão de Mauá e levantar outra sobre o rio Yaguarón, as duas na fronteira.
Lula conseguiu arrancar declarações públicas do governo de Tabaré Vázquez de que o Uruguai vai se manter no Mercosul.
Após uma reunião de trabalho na Estância Anchorena, em Colônia, à margem do rio da Prata, o ministro da Economia, Danilo Astori, disse que o País vai seguir aprofundando a possibilidade de um acordo bilateral com os Estados Unidos, mas dentro das normas do Mercosul, o que permite algumas concessões, mas não a ponto de levar os dois países a um Tratado de Livre Comércio.
Antes do feriado do carnaval, o presidente da Bolívia, Evo Morales, veio ao País e Lula também cedeu a suas exigências.
Quebrou a resistência de nove meses do governo brasileiro em reajustar o preço do gás natural boliviano exportado para a Petrobras e concedeu o aumento pedido pelo país vizinho.