Por Natália KozmhinskyRepórter do Blog de Jamildo A Câmara do Recife resolveu bancar o desgaste do reajuste de 46,35% nos salários do prefeito, vice-prefeito e secretários, que foi votado ainda em dezembro de 2006.
A decisão foi tomada por cinco votos a um pela Comissão Executiva.
O voto contrário foi o do presidente da Câmara, Josenildo Sinésio (PT), que tinha visto a bomba estourar no seu colo e especulou uma revisão do percentual de aumento, para algo entre 12 e 15%.
Para a manutenção do reajuste, os vereadores levaram em consideração principalmente dois fatores: o seu próprio bolso - já que o salário do prefeito fixa o teto do legislativo municipal - e avaliação que um retorno poderia prejudicar a "moral" da Casa.
Para Josenildo Sinésio, a Câmara não teme maiores repercussões negativas. "Eu acho que a gente vem trabalhando de maneira séria e em nenhum momento deixamos de aprovar os projetos importantes para a cidade.
Trabalhamos sintonizados com a população, com a Casa cheia.
Não temos nada a temer.
A gente está afinado com a sociedade.
Ninguém foi contra o reajuste.
O que algumas pessoas questionavam era o percentual", afirmou Josenildo Sinésio.
Segundo ele, os valores seguem padrão de prefeituras de capitais do Nordeste. "A gente sabe que existem muitas disparidades entre pobres e ricos neste País, mas a Câmara não pode ser responsabilizada por essa situação", afirmou.
Para decidir pela manutenção, os vereadores fizeram duas reuniões, uma na última quinta-feira e outra hoje.
Após o encontro escreveram uma nota, que vai ser assinada por todos os legisladores municipais.
Antes Depois Prefeito R$ 10.000,00 R$ 14.635,00 Vice-Prefeito R$ 9.500,00 R$ 13.900,00 Secretários R$ 8.850.00 R$ 12.900,00 Confira trechos da nota: "Baseada nesses princípios de ética transparência e zelo com a coisa pública é que ao longo da presente legislatura assim norteia a sua atuação, o que pode ser testemunhado por todos quantos acompanharem os assuntos de sua competência.
Por todos esses pressupostos é que aprovou a fixação da remuneração dos Agentes Públicos Municipais". "A representação desta Casa entende que este reajuste é compatível com a responsabilidade do líder do poder Executivo, que administra anualmente um orçamento de mais de R$ 1,8 bilhão.
Da mesma forma, a Câmara é a favor de melhorias para os servidores municipais, nunca se opondo a Projetos desta ordem enviados pelo Executivo, desde que observados os limites estabelecidos pela Lei de Reponsabilidade Fiscal".