Da Editoria de Política A reunião da executiva do PT, que estava marcada para esta segunda-feira, mas deverá ser adiada para próxima quarta-feira, promete ser palco para mais troca de farpas entre as tendências do partido.

Na pauta do encontro, além de questões administrativas, estará a polêmica sobre a declaração do presidente do Fórum pela Ética na Política, Luís Carlos Lins, que acusou o prefeito João Paulo (PT) de ter “manchado sua história política” com o episódio do reajuste.

O prefeito cobrou providências e, diante da possibilidade de a executiva minimizar a questão, teria ameaçado licenciar-se da sigla.

João Paulo e petistas ligados a ele interpretaram a reação do Fórum pela Ética e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao reajuste salarial como uma radicalização explícita da disputa interna do partido, já que Luís Carlos e Sérgio Goiana, presidente da CUT, pertencem à Unidade na Luta (UL), tendência contrária ao grupo ligado ao prefeito, formado por alas à esquerda na legenda.

Já alguns integrantes da UL avaliam que o grupo de João Paulo, ao dar tal enfoque à questão, quer desviar o foco do desgaste provocado pelo aumento. “É um bode expiatório.

As críticas são da sociedade.

Mas como apenas o prefeito estava sob desgaste, resolveram mudar o foco que era prefeito-câmara-população, para PT versus PT”, disse um membro da UL.

A confusão teve início quando João Paulo (PT) alegou que Luís Carlos, como filiado ao PT, não poderia criticar uma liderança do partido.

Fez questão de ressaltar que o presidente do Fórum é assessor da deputada Teresa Leitão (PT), integrante da UL, dando a entender que tratava-se não de um questionamento da entidade, mas de mais um capítulo da briga interna do PT.

Teresa disse ter ficado surpresa com a vinculação de seu nome à polêmica e defendeu o assessor, afirmando que ele havia se pronunciado não como petista ou funcionário da Assembléia, mas como representante do movimento social.

Chateado, João Paulo cobrou o afastamento de Luís Carlos do gabinete e colocou seu licenciamento como única saída para a crise.

Não é a primeira vez que o prefeito ameaça afastar-se do PT.

Em constante conflito dentro da sigla, ele chegou a dizer, em 2005, que se desfiliaria da agremiação, por não ter espaço.