Da Editoria de Política do JC O início da semana promete ser agitado e com novidades acerca do polêmico reajuste de 46,35% nos subsídios do prefeito João Paulo (PT), do vice-prefeito Luciano Siqueira (PCdoB) e do secretariado municipal.

Hoje, a mesa diretora da Câmara e todos os vereadores se reúnem, às 10h, para decidirem se acatam a proposta do presidente da Casa, Josenildo Sinésio (PT), de reduzir o percentual do aumento, diante da pressão popular.

O projeto enfrenta resistência e, mesmo que seja aprovado, deverá gerar uma nova discussão para estabelecer outro percentual.

Apesar de Josenildo defender que o aumento caia para algo entre 12% e 15%, vereadores, inclusive da base, acreditam que será necessário um estudo para estabelecer os critérios do novo percentual. “Não foi feita nenhuma análise para fixar esse percentual de 12% a 15%.

O primeiro reajuste foi proposto levando em consideração a equiparação do salário do prefeito do Recife com o dos prefeitos de outros municípios.

Se formos rever o aumento, temos que ter critérios para evitar uma nova polêmica”, disse Henrique Leite (PT), líder do governo, que não quis arriscar um palpite sobre o resultado da reunião. “É natural alguns vereadores, no primeiro impacto, acharem que voltar atrás é errado.

Mas, depois de refletirem, alguns poderão mudar de opinião.

Também podem surgir outras propostas”, despistou.

Líder da oposição, Daniel Coelho (PV) foi mais lacônico.

Disse que só falaria sobre o assunto quando houvesse uma posição consolidada da Câmara. “Não houve uma reunião da bancada de oposição sobre isso.

Cada vereador vai se colocar na reunião e combinamos que não falaríamos sobre o assunto até lá”, encerrou.

Na última quinta-feira, quando houve a reunião para deliberar sobre a possibilidade de recuo no reajuste, apenas 19 dos 36 vereadores compareceram.

A maioria dos presentes, no entanto, mostrou-se contrária à redução do índice.

Os vereadores temem chamuscar ainda mais a imagem da Câmara, voltando atrás na decisão.

Nos bastidores, se comenta que os parlamentares pensam nos próprios bolsos, uma vez que o reajuste de 46,35% à cúpula da PCR significa que os vereadores teriam uma margem para aumentarem os próprios vencimentos, já que está para sair o reajuste da Câmara Federal, que tem efeito cascata sobre as demais casas legislativas. É que a lei determina que os vereadores não podem ter salário maior que o do prefeito.

Diante da falta de consenso sobre o recuo no reajuste, também está sendo analisada uma proposta alternativa.

A idéia é aprovar um efeito suspensivo à lei que fixou os 46,35%, até a Câmara dos Deputados definir o reajuste dos parlamentares federais.

Saindo o aumento em Brasília, João Paulo incorporaria automaticamente os 46,35% nos seus vencimentos.

A manobra, no entanto, não teria empolgado a maioria da Casa.

O próprio Josenildo descartou a hipótese de adiar a reposição salarial.

Todas as propostas que surgirem serão apresentadas hoje.

A que for aprovada será levada ao plenário às 15h.