O grupo musical Etnia, de Olinda, está revoltado com a Polícia Militar de Pernambuco.

No Carnaval, eles tiveram um show interrompido, sem explicações, na Praça do Carmo, sob a alegação de desacato à autoridade, que negam.

Depois de 20 minutos de apresentação, tiveram que sair do palco, sem poder nem dar explicações ao público que assistia ao show, de rock e mangue beat.

Feito o registro, mesmo que tardio, aguarda-se explicações de nossa gloriosa PM, se achar que devem.

CARTA DE REPÚDIO Viemos através desta demonstrar nossa completa indignação pelo ato de extrema violência que sofremos, imposta pela Policia Militar de Pernambuco no pólo do Carmo no Carnaval de Olinda no dia 18/ 02/ 2007, no meio da nossa apresentação.

Fomos obrigados, através do oficial representante da Polícia Militar, a parar o nosso show sem o direito de, ao menos, darmos uma explicação ao publico, violência só comparada a tempos atrás, tal como acontecia na época da ditadura militar em nosso país.

A ETNIA é uma legitima representante da musica pernambucana e faz questão de ser identificada como tal em qualquer lugar onde passa.

Com 12 anos de existência, a banda já participou de vários eventos no território nacional e tem seu trabalho divulgado dentro e fora do Brasil.

Mesmo com um currículo vasto e uma respeitabilidade da critica, a banda foi submetida a uma ação constrangedora, a privação do direito de liberdade de expressão.

Gostaria de frisar que atos parecidos já foram registrados nos autos, envolvendo outros grupos pernambucanos, e por isso acho que devemos dar um basta nessa violência e abuso de autoridade por parte dos policiais que, inconformados por estarem de serviço em festas onde a população está se divertindo, impõem o abuso e o excesso de autoridade sem qualquer punição e criando, junto à população, uma forte indignação.

Sabemos que existem policiais justos, de condutas exemplares, e a eles gostaríamos de demonstrar nosso respeito, mas não podemos ficar calados perante tamanha violência conosco.

Aqui, finalizamos dizendo que já é difícil ser músico em uma terra onde somos destratados por muitos, onde o descaso impera de forma escandalosa, onde vemos os artistas locais serem tratados com migalhas, enquanto os de fora tem total regalia.

Feliz é a terra que se orgulha de si própria e trata os seus com prioridade e respeito, (Salve ô Terra, Dos Altos Coqueiros), porque encobre todo o destrato dos teus com os teus, (De Beleza Soberba e Esplendal), maquiado a verdadeira face de um povo sofrido, (Nova Roma de Bravos Guerreiros).

Somos, e não nos escondemos mesmo diante do risco de retaliação, pois somos verdadeiros, (Pernambuco Imortal, Imortal), um estado que precisa urgentemente de uma maior educação doméstica para aprender com alguns vizinhos que o valor passa primeiro por nós e depois para outros.

Obrigado, pela atenção e esperamos que coisas como as citadas não voltem a ser repetidas em outras ocasiões com nenhum artista de Pernambuco ou mesmo de fora!

Indignados ETNIA.

Olinda