Do G1 Em reuniões com aliados do PCdoB e do PSB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou não ter pressa para anunciar os nomes dos novos integrantes do governo e avisou que a reforma ministerial só sairá a partir da segunda quinzena de março.
A eleição para a sucessão na presidência do PMDB, prevista para 11 de março, e a consolidação do quadro governista no Congresso são os dois fatores que induzem o presidente a adiar ainda mais o anúncio do ministério.
Os dirigentes dos dois aliados históricos de Lula e do PT saíram do Palácio do Planalto nesta quinta-feira (22) com a indicação de que haverá mais uma conversa, que seria a última, com Lula. “O presidente não tem o ministério montado.
Ele salientou que não está com pressa e que vai conversar com os outros partidos novamente”, disse o presidente do PCdoB, Renato Rabelo.
O líder comunista na Câmara, deputado Renildo Calheiros (PE), foi além. “Todo o discurso do presidente dá a entender que a reforma passará com folga a convenção do PMDB.
Se conosco, que o pleito é pequeno, vai haver mais uma reunião, imagina com os outros”, disse.
A convenção do PMDB para eleger o novo presidente está marcada para 11 de março.
A disputa está entre o atual presidente, o deputado Michel Temer (SP), e o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Nelson Jobim.
Temer representa a bancada na Câmara, enquanto Jobim tem apoio dos antigos aliados de Lula no Senado, Renan Calheiros (AL) e José Sarney (AP).
Na reunião com a cúpula do PSB, Lula disse que não está ansioso para realizar a reforma e que vai “aguardar os fatos políticos estabilizarem o quadro”.
O presidente também quer saber qual tamanho terão os partidos aliados após o chamado “troca-troca” parlamentar.
O presidente teria dito que, apesar dos obstáculos, considera que não terá problemas para acomodar os interesses de todos os aliados, já que dispõe de muitos cargos na administração pública além dos ministérios.
No entanto, na vitrine do governo, Lula considera dois os focos de maiores dificuldades: PMDB e PT.
Ele demonstra contrariedade em ainda ter de fazer negociações duplas com os peemedebistas.
O presidente diz que a conversa com o presidente do partido, deputado Michel Temer (SP), não contempla os interesses do Senado e que ainda não viu a chamada união peemedebista.