Informações extra-oficiais da Secretaria de Defesa Social dão conta que o delegado Zanelli Alencar, até aqui titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos, está sendo transferido para o interior do Estado.

A transferência deve ser publicada no Diário Oficial desta sexta-feira.

Existe o receio de que ele seja alvo de uma queima de arquivo, depois de ter apurar fraudes na especializada.

Segundo os relatos extra-oficiais, quem já está na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos é Artur Tito, que havia assumido a delegacia especializada em Roubo de Cargas no lugar de César Urack. É aguardar para ver no que vai dar.

Veja a denúncia de fraude no valor de R$ 3 milhões revelada com exclusividade pelo repórter especial de Cidades Eduardo Machado, no último dia 13 de fevereiro, somente no Jornal do Commercio.

EDUARDO MACHADO A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, a Central de Inquéritos do Ministério Público, a Procuradoria Geral do Estado e a Delegacia de Crimes Contra a Administração Pública vão investigar o esquema de desvio de taxas que ocorria até o início deste ano na Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos (DRFV), no Curado, Zona Oeste do Recife.

As quatro instituições devem começar a apuração comparando o montante recolhido pela delegacia, com o total de transferências registradas no Detran.

Apenas nos últimos quatro anos, o rombo é de R$ 3,07 milhões.

Enquanto o Detran realizou o equivalente a R$ 3,3 milhões em transferências de automóveis de 2003 a 2006, a DRFV só repassou aos cofres públicos R$ 234,4 mil, no mesmo período.

A fraude na DRFV se desenrolaria da seguinte forma: em vez de recolher a taxa de R$ 57,81 realizando um depósito na conta única do Estado, o proprietário de veículo que solicitava uma vistoria era informado que poderia evitar a burocracia pagando diretamente na delegacia.

O resultado é que menos de 10% dos tributos eram efetivamente repassados aos cofres públicos.

No entanto, o tamanho do rombo pode ser rastreado porque todas as transferências, tanto as pagas corretamente, quanto as desviadas eram encaminhadas ao Detran.

Em um levantamento preliminar, incluindo apenas os últimos quatro anos e sem considerar outros serviços como perícias, o total desviado excede R$ 3 milhões. “A denúncia é grave e bastante palpável.

O Ministério Público vai acompanhar toda a investigação criminal que será realizada pela Polícia Civil”, informou a coordenadora da Central de Inquéritos do Ministério Público, Milta Paes de Sá.

O chefe de Polícia Civil, Manoel Carneiro, designou a delegada Cláudia Freitas, para investigar os desvios. “O inquérito foi instaurado e vou começar a apuração ouvindo o delegado atual, doutor Zanelli Alencar”, informou a delegada.

O corregedor-geral da Secretaria de Defesa Social, José Luiz de Oliveira, abriu sindicância para determinar quais policiais cometeram desvios de função. “A investigação será limitada aos servidores ligados ao setor da delegacia responsável pelas taxas, no período em que o crime de peculato não está prescrito”, atestou o corregedor.

Isso quer dizer que a apuração será de 1991 a 2007.

O procurador-geral do Estado, Tadeu Alencar, asseverou que, caso fique comprovado o desvio, os responsáveis serão processados para ressarcir o tesouro estadual.