A pastoral da Terra da Bahia escreveu um manifesto defendendo a "Revitalização do Velho Chico".
O texto tem como mote a campanha da CNBB e critica o projeto de transposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). "Lula tem atropelado a sociedade para implantar uma mega-obra que beneficia a poucos", afirma.
Veja a nota na íntegra: Campanha por uma verdadeira revitalização e Jornada de luta contra a transposição A Campanha da Fraternidade de 2007, promovida pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) propõe o compromisso de conhecer e defender a vida da Amazônia. É urgente salvar o meio ambiente, para salvar a vida no planeta.
Em sintonia com a Amazônia nos colocamos numa grande jornada de luta pela revitalizaçlão do Rio São Francisco e contra a transposição de suas águas.
Hoje vemos as mudanças climáticas, resultado da destruição nos últimos 60 anos, amanhã não sabemos como será.
No Brasil a situação tende a se agravar, principalmente na Amazônia e no Nordeste.
E ainda querem dar o golpe final: natureza e povo ameaçados pelo projeto da transposição, pelo reforço à antiga e atual "indústria da seca".
O Governo Lula tem atropelado a sociedade para implantar uma mega-obra que beneficia a poucos.
O diálogo com a sociedade não era pra valer.
O verdadeiro objetivo da transposição é atender a interesses empresariais.
Para o povo pagar a conta.
Mais de 70% das águas iriam para produção e exportação de frutas e criação de camarão, 26% seriam para o setor industrial e centros urbanos.
Apenas 4% iriam para a população espalhada nas caatingas.
Os impactos são graves problemas ambientais e sociais, além do custo elevadíssimo que a sociedade nordestina continuará a arcar através das contas de água.
Até hoje muitas pessoas passam fome e sede não muito distante do São Francisco. É uma bra injusta, que gera desarmonia e divisão nacional.
A solução para o Nordeste é o melhor aproveitamento e a distribuição justa da água disponível e suficiente, mais viável e menos onerosa.
São necessários projetos verdadeiros de Convivência com o Semi-Árido e de Revitalização, com respeito às populações tradicionais, ao cerrado e à caatinga, cuidado com afluentes, matas ciliares e lagoas marginais, saneamento, despoluição, vazão ecológica ideal que garanta a biodiversidade.
Só com o povo na rua conseguiremos barrar a mega-obra e revitalizá-lo.
Participe da Jornada de luta.
Dia 12 de março vamos a Brasília.
Venha para a rua!
Vamos para a rua barrar a transposição!
PS: Em Pernambuco, o manifesto em favor da \Revitalização\ do Velho Chico, encaminhado hoje pela Pastoral da Terra da Bahia, está sendo distribuído pelo agrônomo João Suassuna, da Fundaj, que é conhecido como o inimigo público número 1 do projeto no Estado.