Por Gilvan OliveiraDa Editoria de Política Quem está no Carnaval de Olinda é a representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a francesa Marie-Pierre Poirier.
Em Pernambuco desde o fim da semana passada, ela veio tratar da cooperação entre a entidade, o governo do Estado e algumas prefeituras, como a do Recife, para a promoção dos direitos da criança.
Aproveitou os festejos de Momo e resolveu dar uma esticada; só retorna a Brasília, onde funciona o escritório do Unicef, no final da semana.
Marie-Pierre mora no Brasil há dois anos.
Antes, representou a Unicef na África do Sul.
Ela esteve hoje na prefeitura de Olinda a convite da prefeita Luciana Santos (PCdoB), na companhia do casal de filhos adolescentes, e foi só elogios ao Carnaval pernambucano. “Aqui a festa é realmente para todos.
Olinda dá a possibilidade de todas as classes sociais se misturarem.
Não tem segregação.
E há um respeito muito grande pela cultura, às tradições, às coisas vindas da África”, disse, sem esconder que já teve receio de conhecer o Carnaval de rua da cidade por ter recebido informações de que seria violento. “Não tem nada disso.
Andei nas ruas por muito tempo acompanhando alguns blocos.
Foi bom que eu mesma vi”, completou.
O clima festivo, no entanto, não tirou o foco de sua viagem. “Vim aqui fechar parcerias”, exclamou.
Próxima quinta-feira ela terá uma audiência com o governador Eduardo Campos (PSB) e na sexta-feira, com o prefeito do Recife, João Paulo (PT).
Na pauta, a renovação de programas que coloquem a criança como prioridade absoluta. “Temos quatro pontos principais.
Os governos (estadual e municipal) precisam garantir a cada criança o direito de sobreviver, ou seja, diminuir a mortalidade infantil; de aprender, e não só de estudar ou freqüentar a sala de aula; e crescer sem violência”, relatou, sem revelar como o poder público deverá agir para garantir esses direitos.
Apenas adiantou que irá traçar metas com os governos para melhoria do quadro estadual e municipal. “E vou cobrá-las no tempo certo”, completou.
Mas assuntos sérios para a número um do Unicef no Brasil, como ela mesmo disse, só depois da Quarta-feira de Cinzas. “Não dá para conversar sobre esses temas com essa festa toda”, afirmou, com muito bom humor.