O Galo é um fato econômico Fernando Castilho JC Negócios, da Avenida Guararapes Passam as 17h30 e estou escrevendo este texto num computador emprestado pela Prefeitura do Recife no camarote do Galo da Madrugada, em plena Avenida Guararapes.

Já fazia algum tempo que eu não ia a um desfile do Galo e por isso decidi andar a pé e ver como as pessoas se comportam nessa festa.

Confesso que me surpreendi com a capacidade empreendedora das pessoas.

Falo não dos caras que inventaram camarote vip como o Galo Beer ou dos diversos palcos que foram se incorporando ao trajeto do galo, mas das pessoas simples que aproveitam essa festa e conseguem descobrir negócios.

Por exemplo, o sujeito que vende espaço para xixi (R$ 0,50) e cocô (R$ 1 em plena Rua da Concórdia).

Ou do sujeito que vende milho verde cozinhado em pleno sol de 14h do Cento do Recife.

Mas de pessoas que customizam roupa em plena avenida, gente que vende maquiagem, outros que vendem feijoada completa na Rua 24 de Maio ou dos que têm todo um cardápio de assados na Rua da Palma.

O que eu quero dizer é que o negócio Galo da Madrugada para os organizadores que conseguem vender até o café da manhã à Sadia é um grande negócio para milhares de pessoas ao longo do desfile do clube de máscaras.

Eu gostaria de chamar a atenção para o volume de vendas de bebidas. É colossal.

Não dá para medir com precisão porque o comerciante dita o preço pela oportunidade.

Baixa quando o movimento baixa.

Sobe quando descobre que está só.

Este ano vimos que os vendedores de cerveja contam com serviço de fornecimento de gelo em domicilio.

Ou seja, o sujeito liga o celular e o cara vai levar gelo para ele resfriar a cerveja.

Isso no meio do desfile do Galo.

A gente que olha a coisa lá de cima não tem idéia do que acontece em termos de negócios no chão da rua.

Ano que vem eu já tenho uma pauta.

Vou tentar medir a economia que o Galo gera.

Pra mim, o Galo da Madrugada não é uma festa para 1 milhão de pessoas. É um grande negócio do que a gente chama preconceituosamente de economia informal. É um grande negócio do Carnaval de Pernambuco.