Da Folha Online Depois das eleições, o Carnaval é uma boa oportunidade para os políticos testarem sua popularidade.
Festeiros de carteirinha, governadores como os de Sergipe, Marcelo Déda (PT), de Pernambuco, Eduardo Campos (PT), da Bahia, Jaques Wagner (PT), e do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), prometem aproveitar o feriado.
Eles terão a companhia de deputados e senadores que não trocam a folia nem por uma conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre reforma ministerial.
Mas há os que prometem trabalhar no feriado prolongado, como o presidente da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Para agradar a mulher, o deputado aceitou viajar para Bonito (MS) neste Carnaval, mas sob a condição de que iria levar junto um "calhamaço" de documentos, "a coitada da secretária" e o telefone celular. "A minha mulher já está acostumada", afirmou.
Durante o Carnaval, Chinaglia disse que vai definir os nomes dos relatores do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e pretende disparar telefonemas para "os contatos finais".
A dificuldade será encontrar os seus colegas.
O líder do PDT na Câmara, deputado Miro Teixeira (RJ), já avisou que não estará disponível durante a festa.
Quem quiser encontrar o deputado terá que ir à Marquês de Sapucaí (RJ), onde pretende acompanhar o desfile na concentração das escolas de samba. "É o melhor lugar.
O clima é animado e dá para rever os amigos", disse.
O líder do PT na Câmara, deputado Luiz Sérgio (RJ), também não quer conversa sobre trabalho no Carnaval.
O deputado vai se refugiar "num local onde não pega nem telefone".
O mesmo fará o deputado Maurício Rands (PT-PE) que neste ano trocou a farra pelo descanso. "Eu adoro Carnaval, mas neste ano não vou brincar.
Estou concluindo um livro e vou descansar e escrever", disse.
Os senadores não são menos animados.
A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), começou a brincar a festa já nesta quinta-feira.
A senadora desfilou no bloco "S.O.S. enterro da tristeza", em Florianópolis, e nesta noite sairá no "bloco marisco da Maria" –que reúne trabalhadores do mercado municipal da capital catarinense. "Depois disso vou acompanhar um bloco no interior da ilha e amanhã, sigo para os blocos de sujos e depois para o desfilo das escolas de Florianópolis", animou-se.
O governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), também é "folião convicto". "Já me acabei um pouco no pré-caju [carnaval fora de época de Aracaju], onde desfilei atrás do Chiclete com Banana.
Sou chicleteiro de carteirinha", revelou.
Déda demonstrou uma certa irritação por ter sido excluído e não fazer parte do roteiro dos governadores Campos, Wagner e Cabral –que vão brincar o Carnaval do Rio, Recife e Salvador. "Não somos corda de caranguejo para andar todo mundo amarrado", disse.