Da Folha Online O governo boliviano confirmou, no fim da tarde da terça-feira, a visita do presidente Evo Morales a Brasília nesta quarta.

Apesar de marcada desde dezembro, a visita só foi confirmada ao Palácio do Planalto poucas horas antes da partida prevista de La Paz.

Em La Paz, Morales e o ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, haviam dito nos últimos dias que a viagem dependia de um acordo favorável aos bolivianos para o aumento do preço do gás.

Fontes do Planalto dizem que o governo não aceitou condições para a visita e que o preço do gás não será tratado entre os dois presidentes.

O governo brasileiro diz que a negociação deve ser técnica, entre a Petrobras e a estatal boliviana YPFB.

Na agenda bilateral estão os investimentos brasileiros na Bolívia, entre eles hidrelétricas no rio Madeira e afluentes do lado boliviano –duas delas previstas nas obras do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) e outras em parceria entre os dois países ainda em estudo –e assuntos de interesse dos bolivianos, como os imigrantes que vivem ilegalmente no Brasil.

Vários acordos de cooperação técnica devem ser assinados, incluindo um de proteção das espécies da fauna e flora na bacia do rio Amazonas.

Morales deixa La Paz de madrugada, chega a Brasília no início da manhã e volta para a Bolívia às 17h.

Ele será recebido com honras na rampa do Palácio do Planalto.

Em seguida, o líder boliviano se encontra com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma reunião que deve ter a participação da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, do ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, e do presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli.

Morales deve ser acompanhado pelo ministro das Relações Exteriores, David Choquehuanca, mas a comitiva ainda não havia sido divulgada até o final da tarde desta terça-feira.

Depois da reunião no Planalto, Morales participa de um almoço no Palácio do Itamaraty e, à tarde, visita o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, e do Senado, Renan Calheiros.