Do G1 Após a apresentação dos ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Dilma Rousseff (Casa Civil) sobre o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no plenário da Câmara dos Deputados, que não trouxe grandes novidades, as críticas começaram a fluir por parte da oposição.

O líder da minoria, deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu o "espetáculo do crescimento", mas ainda não entregou. "A oposição não vai criar problemas porque esperamos que o país cresça 5% ou mais por ano", disse ele.

Afirmou ainda que o setor privado espera a definição sobre os marcos regulatórios para poder aportar investimentos em infra-estrutura. "Nós vemos neste programa timidez.

Muitas das obras de infra-estrutura já estavam previstas no orçamento federal.

E também não há uma única linha sobre o agronegócio", acrescentou Redecker.

Para o lider do PFL, Ônyx Lorenzoni (RS), o PAC é um programa "desatualizado". "Os problemas são alguns aspectos, como o uso do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para investimentos, o que é inconstitucional", disse.

Afirmou ainda que um programa construído com base em medidas provisórias não confere segurança jurídica aos investidores. "As críticas que faço não são para tentar inviabilizar o PAC.

Todos desejam que o programa dê certo.

Vamos dar segurança aos investidores e construir um programa que possa definitivamente fazer o país crescer", disse Lorenzoni.

Já o líder do PSDB, Antônio Carlos Pannunzio (SP), disse que não vai criticar o programa, mas acrescentou que a exposição dos ministros abriu a possibilidade para a oposição questionar alguns pontos do programa. "Particularmente, a exposição da Dilma levantou a bola na questão energética, que, no governo Lula, tem um modelo poluidor", afirmou Pannunzio.

Na avaliação do deputado tucano Paulo Renato (SP), o PAC está aquém das expectativas, mas deve ser aprovado com algumas alterações.

A defesa do PAC foi feita na tribuna pelo atual líder do governo, Beto Albuquerque (PSB-RS), que aproveitou para criticar o governo anterior. "Nós queremos avançar, prosseguir, não olhar para trás para a economia anacrônica do passado recente.

Esse plano tem início, meio e fim", disse.

Ele ponderou, entretanto, que é necessário alterar a possibilidade de investimentos com recursos do FGTS em infra-estrutura, de modo a assegurar um rendimento mínimo de Taxa Referencial (TR), mais 3% ao ano.

Atualmente, este é o rendimento obtido para os recursos aplicados no FGTS. initZoom(\mudaFonte);