O produtor cultural Alfredo Bertini fez hoje um relato do que a elite branca assistiu da varanda da Casa Grande no domingo passado.

Obtido pelo jornalista Paulo Sérgio Scarpa, titular da coluna Repórter JC, o relato é mais dramático por ser feito por um ex-secretário de Turismo do Recife, já na gestão do petista João Paulo.

Este ano Alfredo Bertini está horrorizado com a violência e, principalmente, com o que presenciou do quinto andar de um edifício na Avenida Boa Viagem, quando viu grupo de jovens roubando, atracando-se com as pessoas para roubar e jogando garrafas e coco verde para o alto durante o desfile do Balança Rolha. "E via que as pessoas aplaudiam dos prédios quando os soldados da PM chegaram a passaram a perseguir e a afastar os grupos dos foliões", conta.

Para ele, por analogia, foi como se retornasse à Roma Antiga, com o Coliseu substituído pelos edifícios de luxo na Avenida Boa Viagem. "Os leões estavam nas ruas, o povo sendo atacado e os gladiadores lutando para sobreviver", compara.

Bertini, que já foi assaltado quatro vezes, diz que este ano a violência no Recife chegou mais perto dele.

Um amigo ficou paralítico após atingido por bala durante assalto em Boa Viagem e a mãe de uma funcionária de seu escritório foi atingida por bala perdida em Afogados, quando estava sentada na frente de sua casa.

O tiro atingiu o intestino, mas ela sobreviveu.

No entanto, ele não desiste.

O organizador do CinePe 2007, que abrirá suas sessões em março no Centro de Convenções, o rubro-negro Alfredo Bertini está entusiasmado com a penetração do festival em todo o País.

Recebeu 320 inscrições, entre elas 56 longas, dos quais 30 ainda inéditos do público; 144 médias; e 120 vídeos.

Bertini conta que os filmes ainda estão sendo avaliados para participar da competição.

O que mais surpreende o ex-secretário de Turismo é o fato de o CinePE distribuir apenas R$ 10 mil em prêmios, enquanto outros festivais, como o de Brasília, distribui R$ 100 mil por ano.

Isto mostra que o CinePE é uma realidade e que já chegou ao grande público, justifica Bertini, que já pensou até em levar o festival para a uma cidade menor, mas se sente impossibilitado por causa do público. "O Teatro Guararapes recebe mais de duas mil pessoas e não existe outro local que comporte tamanho público".