Do G1 O ministro da Fazenda, Guido Mantega, rebateu as críticas do empresariado sobre o potencial de avanço da economia brasileira a ser proporcionado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) divulgado em janeiro pelo governo federal. "Eu até agora tinha ouvido muitos elogios ao PAC de muitos empresários.
Essa crítica destoa da avaliação.
Quem está dizendo que o país não vai crescer vai perder a aposta.
O país vai crescer e vai crescer mais do que o ano passado (3,50%)", afirmou Mantega.
Disse ainda que um crescimento de 3,50% já é projetado para 2007 por vários institutos, que estariam, ainda segundo ele, revendo para cima este número.
Sobre as críticas do empresariado de que as desonerações tributárias seriam tímidas, Mantega afirmou que não é possível fazer "exageros". "Se eles querem que desonere toda a carga tributária e mantenha equilíbrio fiscal, isso é impossível", disse.
Acrescentou também que não ha "timidez" no controle de gastos públicos. "Vamos esperar a divulgação do contingenciamento no orçamento", disse ele, sem citar números.
Especialistas apontam que o corte no orçamento de 2007 pode ser superior a R$ 15 bilhões.
Sobre as críticas de alguns integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT), entre eles o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, o deputado Walter Pinheiro (PT-BA), e o governador do Piauí, Wellington Dias, entre outros, desferidas por meio de documento publicado em sua página na internet (www.pt.org.br), Mantega afirmou que o PT é autônomo. "Acho que o PT é um partido autônomo e que tem direito de expressar sua opinião.
Estamos fazendo mudanças na política economica, por exemplo o PAC, com aceleração do crescimento.
A política monetária também está caminhando na direção correta.
Eles querem mais, talvez", disse Mantega.
No manifesto, os membros que assinaram o documento pedem "um novo padrão de gestão monetária e cambial pelo Banco Central, condição necessária para um crescimento sustentado da economia brasileira com distribuição de renda, expansão do mercado interno de consumo popular, geração sistemática de empregos e recuperação continuada do salário mínimo".
Pedem ainda a Ampliação do Conselho Monetário Nacional (CMN) - como defendem a CUT e o Conselho do Desenvolvimento Econômico e Social, e controle da entrada e saída do capital de curto prazo, que é apenas especulativo e instável.
No caso do controle de capitais, Mantega afirmou que esta medida não teria o impacto desejado.
Segundo ele, os movimentos especulativos do mercado cambial estão concentrados no mercado futuro. "O capital físico não entra.
Você faz uma operação em reais, só que com câmbio.
Você pode fechar as portas e não terá o mesmo resultado.
Se fizer isso, paga-se o preço e, ao mesmo tempo, não se ganha nada", afirmou.
Em sua visão, o caminho é continuar reduzindo a taxa de juros para diminuir a remuneração entre os mercados doméstico e externo.