A oposição ao prefeito João Paulo parece que acordou.
Ontem, no mesmo dia em que a Prefeitura do Recife alegou que cordões de isolamento promoviam discriminação e o poder público não mais autorizaria evento na cidade nestas condições, depois do tumulto registrado no desfile do bloco Balança Rolha, no domingo, a vereadora Priscila Krause (PFL) apresentou um pedido de informações à mesa diretora da Câmara Municipal do Recife em torno do show do DJ inglês FAT BOY Slim.
O evento ocorreu na semana passada, no Marco Zero, em plena praça pública, com uma área VIP para quatro mil pessoas, promovido pela Boate Over Point.
A PCR gastou pelo menos R$ 600 mil na compra de uma cota master do evento.
Informações extra-oficiais dão conta que a Fundação de Cultura da Cidade do Recife também custeou o palco, que será usado no Carnaval, representando um custo indireto em favor dos patrocinadores do evento.
A vereadora pede o envio do parecer jurídico e os documentos legais que embasaram a inexigilidade de Licitação nº 13/2006, em favor da empresa R.
Marketing Ltda, publicada no Diário Oficial do Município de 16 de dezembro de 2006, pela Secretaria de Turismo da Prefeitura da Cidade do Recife No caso, é solicitada a comprovação da exclusividade da referida empresa, que justifique a aludida inexigibilidade licitatória.
Além do prefeito João Paulo de Lima e Silva, também é citado o Secretário de Turismo, Samuel de Oliveira Neto, responsável pela dispensa da licitação. “Quais os motivos fáticos e legais para que prefeitura patrocine (invista dinheiro público) em área "vip", fomentando a discriminação entre a população?”, escreve.
No pedido, a vereadora indaga qual o valor realmente investido pela prefeitura por ocasião da apresentação do artista internacional. “Não há tal indicação na publicação oficial.
No entanto, há notícia do valor de R$ 600 mil, muito embora o projeto apresentado em Santa Catarina tenha sido a metade disso, R$ 300 mil.
Quanto foi o investimento dos outros patrocinadores?”, pergunta.
Veja um resumo das justificativas “Não posso, não devo e não quero deixar passar em "brancas nuvens" um fato dessa natureza, que pode redundar em prejuízo aos cofres públicos”, argumenta. “Não é demais lembrar que a atual gestão da Prefeitura da Cidade do Recife, repetidas vezes, utiliza-se do argumento de que a população é a grande beneficiada para promover shows, visando tão somente gastar os escassos recursos públicos”. “O senhor prefeito deve explicações do motivo pelo qual o valor de R$ 600 mil foi despendido para custear atração internacional apenas para o lucro de poucos e não para o deleite da maioria, como gosta de enfatizar”. “A PCR faz demagogia com o discurso de que "A grande obra é cuidar das pessoas" quando, a bem da verdade, a grande obra é utilizar-se do dinheiro das pessoas, visando objetivos pouco nobres, ouso acreditar”. “Grande e veemente exemplo foi o show de quase meio milhão de reais da dupla Sandy e Júnior em dezembro de 2005, também no Março Zero.
E depois, o show do Rap MV Bil.
Não esqueçamos o passado”.
O pedido precisa ser aprovado pelos demais colegas da Casa de José Mariano, para a tramitação do pedido de informações.