Do G1 Os ex-deputados federais Pedro Corrêa (PP-PE) e Roberto Jefferson (PTB-RJ) dizem não querem saber de anistia.
Ao lado de Dirceu, os dois foram os únicos parlamentares cassados nas investigações da Câmara sobre o escândalo do mensalão.
Além da perda do mandato, a cassação acarreta a inelegibilidade, ou seja, o parlamentar fica impedido de se candidatar a cargos públicos.
Nesse caso, o período de restrição é de oito anos.
O projeto de anistia pode ser apresentado à Câmara dos Deputados de duas formas: por meio de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular, que requer o mínimo de 1,5 milhão de assinaturas, ou por meio de um Projeto de Lei "simples", que pode ser apresentado por qualquer deputado.
No último domingo, José Dirceu negou que esteja organizando uma campanha para promover a própria anistia, mas deixou claro que não é contrário a nenhum projeto nesse sentido. "Trata-se de um direito constitucional.
E tenho certeza que aqueles que o defendem farão a campanha", escreveu em seu blog.
A assessoria do PP informou que Pedro Corrêa não pretende articular nenhum projeto de anistia porque, na opinião dele, isso significaria “admitir culpa”.
O ex-deputado afirmou que vai lutar para provar sua inocência no inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), onde ele e outras 39 pessoas são investigadas.
Correa, à época presidente do PP, foi acusado de ter recebido R$ 700 mil do PT para pagar a defesa do ex-deputado Ronivon Santiago em um processo por compra de votos no Acre e acabou sendo cassado por quebra de decoro parlamentar, em março de 2006.
Licenciado da presidência do partido desde maio do ano passado, o ex-deputado atualmente administra as fazendas e o haras que possui no interior de Pernambuco.
Já Roberto Jefferson, que atualmente preside o PTB e advoga, disse, por intermédio da assessoria, que “qualquer processo de anistia, se houver, tem que partir da sociedade e não de quem foi cassado”.
Questionada sobre as pretensões políticas de Jefferson, a assessoria do ex-deputado informou que ele quer “deixar o tempo passar”.
No blog que mantém na internet, Jefferson criticou a intenção de José Dirceu. “A reinserção de alguém à vida pública tem de ser uma aspiração da sociedade – como quando clamou por anistia nas marchas que antecederam a campanha das Diretas Já – não de grupos, uma aspiração de poder”, escreveu.