A campanha do governo Luiz Inácio Lula da Silva e do PT para anistiar José Dirceu (PT-SP), cassado por corrupção há pouco mais de um ano - está inelegível até 2015 - é considerada pelo deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA) uma afronta ao País e uma agressão à decisão da Câmara dos Deputados, que "suprimiu o mandato do ex-ministro de forma soberana, atendendo ao clamor das ruas e em nome da moralidade".

Conforme especulações divulgadas pela imprensa nacional, o Palácio do Planalto jogou todas as suas fichas na candidatura do petista Arlindo Chinaglia, sob a condição de que ele acatasse, se eleito, o pedido de anistia de José Dirceu. "A sociedade deve estar consciente de que nós da oposição somos contra esse movimento.

Em nenhuma circunstância apoiaremos a anistia daqueles que foram cassados por falta de decoro parlamentar, por corrupção.

Já não basta o fato de o plenário, a base de apoio a Lula - PT, PP, PL (agora PR), PTB -, ter absolvido a maioria dos mensaleiros?", questionou Aleluia.

O assessor especial de Lula, Marco Aurélio Garcia, anunciou a operação de resgate do ex-ministro-chefe da Casa Civil e deputado cassado do PT José Dirceu. \Quando o projeto vier é claro que apóio, declarou Marco Aurélio, à saída do encontro promovido pelo Campo Majoritário, principal tendência do partido, em um hotel de luxo de São Roque, a 60 quilômetros de São Paulo. \Se fui contra a cassação dele, como não posso ser favorável à anistia?, enfatizou o auxiliar direto de Lula.

Segundo Aleluia, o Brasil segue perigosamente os ensinamentos de Hugo Chávez, na Venezuela. "Acolher 1 milhão e meio de assinaturas junto a pelegos da CUT para desfazer uma decisão da Câmara dos Deputados é algo semelhante aos superpoderes adquiridos por Hugo Chávez para se perpetuar no poder ´democraticamente`.

O Brasil não é a Venezuela e não pode assistir esses movimentos golpistas passivamente", advertiu Aleluia.