Da Folha Online Depois de ajudar a eleger o aliado Arlindo Chinaglia (PT-SP) para a presidência da Câmara, o deputado cassado José Dirceu (PT-SP) agora trabalha para fazer o líder da bancada do partido na Casa.

Dirceu articula nos bastidores pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), que já declarou ser a favor da anistia do ex-ministro.

A anistia permitirá a Dirceu se candidatar novamente a cargos eletivos.

Luiz Sérgio disputa a vaga de líder da bancada com os deputados Maurício Rands (PE) e Fernando Ferro (PE).

Os dois primeiros são afinados com o Palácio do Planalto e pertencem à ala majoritária do partido –mesma corrente que abriga Dirceu.

Ferro é do Movimento PT, que tem nas suas fileiras Arlindo Chinaglia e Maria do Rosário (RS), vice-presidente do partido.

O grupo se reuniu na última semana para articular a candidatura de Ferro.A Folha Online apurou que para o grupo de Dirceu será uma derrota se Ferro for o escolhido para comandar a bancada.

Justamente por isso, uma eventual opção for por Rands não será considerada um problema para o grupo, embora a preferência seja por Luiz Sérgio pela afinidade que ele tem com o ex-deputado.

Luiz Sérgio admite que é ligado a José Dirceu, mas rejeita o rótulo de que é o candidato do ex-ministro. "Não posso negar que tenho uma relação de amizade com o deputado Dirceu, mas ele não vota e não participa das decisões da bancada", disse.

Segundo Luiz Sérgio, "setores da mídia" tentam dar a Dirceu um poder que ele não tem. "Vão acabar construindo um mito de que tudo o que acontece de articulação na Câmara tem a influência do Dirceu", afirmou.

Sobre o projeto de anistia do ex-ministro, Luiz Sérgio disse que assina porque o debate sempre é importante.

Rands também sinalizou que deve apoiar a anistia. "Não adianta jogar a responsabilidade sobre o que ocorreu em uma só pessoa.

Foi uma crise política que atingiu os partidos", disse.

Fernando Ferro diverge dos colegas.

Para o deputado, Dirceu cometeu erros políticos.

Ele admite, no entanto, encampar a proposta caso seja uma decisão do partido. "Antes de se mobilizar a sociedade o assunto deve ser discutido internamente no partido e o momento adequado é o encontro que teremos na semana que vem, em Salvador", disse.Segundo petistas consultados pela Folha Online, a idéia é tentar um consenso entre os candidatos para evitar a disputa.

Deve vencer quem conseguir demonstrar maior articulação com todas as correntes do partido.