Da Folha Online Reunidos no município de São Roque, a 60 km de São Paulo, para analisar os rumos do partido e preparar o 3º Congresso Nacional –que será realizado nos dias 6, 7 e 8 de julho–, os petistas do chamado Campo Majoritário (maior corrente do PT) deflagraram guerra ontem à idéia de "refundação" da sigla, sugerida pelo ministro Tarso Genro (Relações Institucionais).O encontro, que será encerrado hoje, contou com a presença do ex-ministro José Dirceu, do presidente do PT, Ricardo Berzoini e do ministro Luiz Dulci (Secretaria-Geral).Dirceu utilizou o encontro para trabalhar nos bastidores pela sua anistia política, já que foi cassado pela Câmara na esteira do mensalão em novembro de 2005.
Mesmo sem pedir abertamente o apoio do PT, ele se defendeu com veemência em reuniões fechadas, segundo a Folha apurou, e anunciou que levará adiante o projeto.O ex-ministro repetiu as críticas à política monetária do Banco Central e fez elogios ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e ao "avanço da esquerda na América Latina".A razão da nova queda-de-braço petista foi o texto divulgado para a militância em que Tarso –que não participou do evento ontem– aborda responsabilidades do Campo Majoritário em escândalos no âmbito da ética (mensalão e dossiegate).
Parte do PT acha um erro retomar esse debate, pois colocaria o partido na defensiva.O assessor especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, elaboraria um documento em resposta aos questionamentos de Tarso.O grupo do PT paulista, capitaneado pelo deputado estadual Rui Falcão, preparou um documento com 90 tópicos em que também rebate a tese da refundação.
Porém, há críticas ao Campo Majoritário: "Precisamos construir nova maioria, diferenciada".O encontro termina hoje, em um luxuoso hotel fazenda.
Os organizadores alugaram os 86 apartamentos, com diárias a R$ 440,00 por pessoa, mas não divulgaram quem pagará a conta.