A equipe do Caderno C do Jornal do Commercio produziu um caderno especial, que circula na edição de hoje, homenageando o “malungo” (*) Chico Science, um artista que fez do mangue e do Recife sua inspiração para mudar a cena musical regional.
Há exatamente 10 anos, a voz de Chico calou-se precocemente, antes que ele completasse 31 anos.
Francisco de Assis França morreu num acidente de carro no Complexo de Salgadinho, entre o Recife e Olinda (uma área, hoje, tomada pelo mangue, onde fica o Espaço Ciência).
Ele seguia para a cidade-patrimônio, onde cantaria naquela semana pré-carnavalesca.
No seu legado, dois CDs decisivos do movimento mangue – uma mistura de ritmos populares plugados com o mais moderno da música eletrônica, rock, rap e soul.
Ecos desse batuque são ouvidos até hoje, no Brasil e no mundo.
Estão em O Rappa, em Pedro Luís e a Parede; na Tejo Beat de Portugal e em muitos outros lugares.
O caderno especial, coordenado pelo editor do “C”, Marcelo Pereira, ele mesmo um mangueboy dos mais desbravadores, mostra desde a gênese da Nação Zumbi até a estética mangue em outras manifestações culturais, como a moda e o cinema. É um trabalho para colecionar, diagramado com esmero pela design Andréa Aguiar.
O blog do JC recomenda entusiasticamente a leitura.
E oferece como “extras” uma seleção de fotos do mais famoso dos nossos “caranguejos” além de alguns de seus sons inesquecíveis.(*) Segundo o Aurélio, malungo é um substantivo masculino que quer dizer 1.Camarada, companheiro. 2.Título que os escravos africanos davam àqueles que tinham vindo da África no mesmo navio. 3.
Irmão colaço ou irmão de criação.Ouça algumas canções: A cidade Cidadão do mundo Manguetown Maracatu atômico Sangue de bairro