O repaginado suplemento cultural do Diário Oficial do Estado, agora batizado de Pernambuco, apresenta como primeira matéria de fôlego uma homenagem ao cantor Chico Science, falecido há dez anos.

Numa boa sacada, o novo editor do suplemento, Schineider Carpeggiani, propõe uma discussão sobre a importância do movimento mangue por recolocar no mapa a lama da mangue-town, com a louvação ao homem-carangueijo, uma metáfora em torno dos excluídos de uma cidade que não pára, só cresce (com seus prédios de mais de 30 andares), mas onde também o de cima sobe e o de baixo desce.

Não por acaso, o artista virou nome de túnel e ganhou escultura na Rua da Aurora, não sem antes dar uma ideologia à periferia, imortalizada nas ruas de Peixinhos e Alto José do Pinho.

Os textos da repórter Carolina Leão vão direto ao ponto, não sem antes teorizar um pouco sobre coisas mil. “Um grupo de jovens ativistas culturais derrubou pesos mortos da tradição artística regional ao colocar a cidade como vedete de um palco onde caos e criação eram performatizados em letras de músicas, festas, camisetas e encenações pessoais”, escreve.

Em novo formato, o jornal circula oficialmente na próxima quarta-feira.

Muito bom, não apenas visualmente, em um inovador trabalho da artista gráfica Jaíne Cintra.

Quem também está brilhando no novo suplemente é Alexandre Belém, outro profissional muito gabaritado deste JC.