Da Folha Online O deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) evitou hoje atribuir sua derrota para a presidência da Câmara à ação do governo federal em favor da candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), mas reconheceu que em nenhum momento recebeu apoio do Palácio do Planalto na disputa. "Quem teve a votação que eu tive não pode se sentir abandonado.

Eu tive grande apoio de parlamentares, e evidente que não tive e nem pedi o apoio do governo", afirmou.

No segundo turno da eleição, Chinaglia teve 261 votos contra 243 de Aldo.Questionado se o governo terá força política para recompor a sua base na Câmara –rachada após a candidatura de dois governistas à presidência da Casa –Aldo se limitou a afirmar que "a base do governo é um problema do governo". "Essa não é uma solução que deve ser dada pela Câmara", afirmou.Aldo disse que vai dar continuidade, como deputado, à defesa de suas idéias na Câmara –que segundo ele são diferentes das propostas apresentadas por Chinaglia."Nós disputamos uma eleição porque tínhamos idéias diferentes sobre o Brasil e o destino da Câmara.

Portanto, a partir de agora, respeito a decisão do plenário, mas as idéias que me levaram a disputar a presidência da Câmara, com o apoio de muitos partidos, naturalmente não cessam com o fim das eleições", disse.Ele defendeu o bloco integrado por PSB, PC do B e PDT –que sustentou a sua candidatura– e disse acreditar na unidade dos três partidos na atual legislatura, sem o desmonte do bloco.O deputado desmentiu as especulações de que assumirá um ministério do governo federal como compensação à sua derrota. "Eu nunca cogitei disputar a presidência da Câmara pensando ou imaginando recompensa.

Disputei porque achei que a instituição precisava dessa disputa", disse.O ex-presidente da Câmara recebeu um telefone de Lula logo após a vitória de Chinaglia.

Aldo preferiu, no entanto, manter o teor da conversa sob sigilo.O deputado garantiu que não guardará mágoa de colegas ou partidos ao fim da disputa. "Quem guarda mágoa, não é feliz e vive pouco.

Eu me realizo com as idéias, com os amigos e com os objetivos que temos na vida política.

Não serei pessoa que guarda mágoa individual ou coletiva", afirmou.