Do Blog do Josias Em suas contas mais pessimistas, José Agripino Maia somava 33 senadores partidários de sua candidatura à presidência do Senado.

Obteve 28 votos.

Noves fora os votos que esperava amealhar na última hora, foi traído por cinco “companheiros”.

Renan Calheiros, favorito desde a largada, vinha sustentando que teria mais de 50 votos.

Obteve 51.

Deve a folga a uma façanha: logrou infiltrar na “fortaleza” do rival um cavalo-de-tróia em cuja barriga havia pelo menos cinco senadores do PSDB e até do PFL de Agripino.

Aos números: “fechados” com Agripino, PSDB e PFL têm 30 senadores.

Alagoano como Renan, o tucano João Tenório dissera, às claras, que votaria em Renan.

Restaram 29 oposicionistas.

A esse contingente, somaram-se quatro votos do PMDB dissidente: Jarbas Vasconcelos (PE), Garibaldi Alves (RN), Almeida Lima (SE) e Mão Santa (PI).

Somando-se os 29 “oposicionistas” aos quatro peemedebistas que dissentiram de Renan, Agripino levou à sua contabilidade o patamar mínimo de 33 votos, cinco a menos do que obteve.

A lógica indica que a traição veio de onde Agripino menos esperava.

Nenhum dos senadores que abriram a cisma no PMDB tinha razões objetivas para deixar de votar em Agripino.

Jarbas opôs-se a Renan, por convicção.

Garibaldi, do mesmo Estado de Agripino, por motivações regionais.

Almeida Lima e Mão Santa, pelos pendores anti-Lula e por rusgas colecionadas na relação pessoal com Renan.

O mesmo não se pode dizer dos “aliados” que Agripino imaginava ter no PFL e no PSDB.

A menos que os silvérios de Agripino tragam espontaneamente o rosto à janela, as traições morrerão no fundo da urna que recolheu os votos secretos dos senadores.

O que não impede a proliferação das suspeitas.

Eis aqui os senadores que foram à bolsa de apostas do Senado na condição de traidores potenciais: Romeu Tuma (PFL-SP), Edison Lobão (PFL-MA), Efraim Morais (PFL-PB), Mário Couto (PSDB-PA) e Álvaro Dias (PSDB-PR).