Os ju?zes federais e estaduais estão desafiando os deputados que disputam a presidência da Câmara a abrirem os holerites dos servidores e dos próprios parlamentares.

Os magistrados querem saber quanto o Congresso paga efetivamente a seus integrantes e se o teto constitucional está sendo acatado. "A divulgação dos valores dos contracheques do Congresso permitiria saber se o teto constitucional está sendo cumprido na Câmara e no Senado.

Vamos encaminhar essa proposta ao presidente que a Câmara eleger.", anuncia Fernando Mattos, presidente em exerc?cio da Associação dos Ju?zes Federais. "Seria muito oportuno, dentro de um processo de transparência, que o Legislativo revelasse a remuneração dos parlamentares e de seus funcionários." Rodrigo Collaço, presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), disse que a publicação dos dados relativos aos holerites deveria ser uma regra não só para o Legislativo como também para o Executivo. "A regra não é aplicável só ao Judiciário.

O desejo claro da sociedade aponta para a transparência absoluta".

Na sexta-feira, em São Paulo, durante debate sobre os subs?dios da Câmara, Aldo e Chinaglia criticaram os supersalários da magistratura, principalmente os dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Aldo propôs o congelamento dos salários dos ministros do Supremo, que é de R$ 24,5 mil.

Nesta segunda-feira, veio a resposta.

A cobrança dos ju?zes foi feita incisivamente a dois dos três candidatos, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), atual presidente da Câmara que busca a recondução, e Arlindo Chinaglia (PT-SP).

Chinaglia criticou o fato de que um ministro do STF ganhe cerca de três vezes mais que o presidente da República.

Gustavo Fruet (PSDB-PR), o terceiro candidato, foi cauteloso e apenas propôs que o vencimento dos parlamentares seja reajustado de acordo com os ?ndices inflacionários. "Foi o Congresso que aprovou o projeto que fixou o teto do Supremo", reagiu Fernando Mattos, referindo-se à votação ocorrida em 2005.