Da Reuters PSB e PC do B articulam com PDT e PV a formação de um bloco parlamentar de esquerda com 77 deputados, que, se concretizado, será a terceira maior bancada da Câmara.

Os partidos buscam se proteger contra o que consideram "hegemonismo" do PT na base do governo.

O objetivo é garantir para esses partidos uma posição importante na Mesa Diretora da Casa e o controle de três comissões permanentes.

O movimento abala a posição do PT na coalizão de governo e pode favorecer a reeleição de Aldo Rebelo (PCdo-B-SP) na disputa contra o petista Arlindo Chinaglia (SP).

Juntos, os quatro partidos terão 77 deputados na próxima legislatura.

O PMDB elegeu a maior bancada para a Câmara (89 deputados), seguido pelo PT (83) e pelo PSDB (66).

São estes os números que contam para a distribuição dos cargos, independentemente de adesões ou baixas nos partidos.

Pelo critério da proporcionalidade, o bloco poderia indicar, por exemplo, o candidato a vice-presidente da mesa diretora, cargo que, nas atuais circunstâncias, caberia ao PSDB.

Isoladamente, apenas o PSB tem direito a um cargo na mesa, uma simples suplência.

Separados, os partidos também não indicam presidentes e relatores das estratégicas comissões permanentes. "O bloco fortalece a autonomia dos partidos de esquerda no Legislativo e, mesmo sem estar vinculado à disputa pela presidência, favorece Aldo", disse à Reuters nesta quinta-feira o presidente em exerc?cio do PSB, Roberto Amaral.

Amaral informou que foi incumbido de fazer as negociações com o presidente do PDT, Carlos Lupi, com quem conversaria ainda esta semana.

Para negociar com a direção do PV, ficou escalado o futuro l?der do PSB, Márcio França (SP).

PDT e PV ainda não decidiram quem vão apoiar para a presidência da Câmara.

A criação de um bloco da esquerda, incluindo também o PV, é um antigo projeto do PSB e do PC do B.

Dirigentes socialistas e comunistas avaliaram que o acordo entre PT e PMDB para apoiar Chinaglia criou, finalmente, a ocasião prop?cia para formar o bloco.