O deputado federal pernambucano Charles Lucena (PSDB), que assumiu como suplente da União por Pernambuco para passar apenas o mês de janeiro na Câmara dos Deputados, foi um dos que aproveitou o brev?ssimo per?odo para fazer nomeações no seu gabinete.
São cargos de confiança que terão duração tão breve quando seu ex?guo mandato, mas que terão garantidos o salário e a falta de trabalho - afinal, a Casa está em recesso.
O filho de Malba Lucena tomou posse em 4 de janeiro, na vaga de José Chaves, que na legislatuta anterior pertencia à aliança jarbista.
Chaves renunciou ao mandato para assumir a secretaria de Turismo do governo Eduardo Campos (PSB).
Lucena foi um dos citados na reportagem desta quinta-feira do Jornal da Globo, feita por Júlio Mosquéra, Jorge Sacramento e Gecie Campos.
Eis alguns trechos da matéria: "A lei permite, os costumes são esses mesmos mas, ainda assim, vale a pena perguntar: suplentes de deputados em Bras?lia contratam até 25 assessores num mês de recesso e quase sem trabalho para fazer o quê?
As respostas dos deputados e suplentes de deputados procurados pelo Jornal da Globo são as mais diversas, e alguns até parecem constrangidos.
Mas o resultado é o mesmo: tem gente que ganha sem ter que trabalhar, e é o dinheiro de quem paga impostos.
Nos corredores da Câmara, quase não se vê ninguém.
Janeiro é mês de recesso.
Mas por lei, a Câmara é obrigada a destinar a cada deputado R$ 50.900 por mês para contratar funcionários de gabinete.
O suplente Lavoisier Maia, do PSB do Rio Grande do Norte, mandou a Câmara contratar 25 pessoas.
Desde quarta-feira fora de Bras?lia, ele não quis explicar ao Jornal da Globo a necessidade de tanta gente para trabalhar por apenas 20 dias úteis, já que ele não foi reeleito.
O deputado Márcio Fortes, do PSDB do Rio de Janeiro, seguiu o exemplo.
Recontratou todos os 25 funcionários que haviam sido exonerados pelo titular, o deputado Eduardo Paes.
Nem Márcio Fortes nem Paes estarão na próxima legislatura.
O suplente Luiz Rogério, do PSB do Rio de Janeiro, contratou 24 pessoas.
Nem ele nem o titular do cargo, Júlio Lopes, do PP, nomeado secretário de estado no Rio de Janeiro, foram reeleitos.
Pedro Pedrossian, do PP de Mato Grosso do Sul, nomeou 12 assessores.
No dia 31, todos terão que ser demitidos, porque ele saiu derrotado das urnas em outubro.
Pedrossian não quis falar com o Jornal da Globo.
Chico Sardelli, do PV de São Paulo, assumiu o cargo no lugar de Alberto Goldman, eleito vice-governador do estado.
Sardelli contratou 13 pessoas; nenhuma delas havia trabalhado com Goldman.
Também nomearam assessores por um mês os suplentes Wilson Cignachi (PMDB-RS), José Rajão (PSDB-DF), Jorge Tadeu Mudalém (PMSDB-SP), José Fortunati (PDT-RS) e Charles Lucena (PSDB-PE).
Nenhum deles foi reeleito.
O Jornal da Globo procurou os cinco suplentes, que não quiseram dar entrevista."