A Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH) divulgou nesta quinta-feira as ações que está adotando para preservar os mais de um milhão de empregos na rede hoteleira associada, tendo em vista a crise aérea.

O objetivo é reduzir ao máximo a repercussão negativa nas economias dos locais onde estão localizados os hotéis associados, que empregam mais de um milhão de pessoas.

O presidente da ABIH, Eraldo Alves da Cruz, disse que as ações envolvem processos na Justiça para indenização dos preju?zos.

Em caso de vitória judicial, os valores serão revertidos em divulgação do turismo no exterior a incentivos ao turista regional, que viaja por via rodoviária.

O balanço já foi enviado ao governo Federal.

Veja a situação em alguns estados do Nordeste: PE - José Octávio de Meira Lins, da ABIH-PE, diz que neste "dezembro negro" os hotéis de PE amargam perdas que podem chegar a 30% em cancelamentos e desistências. "Viagens deixaram de ser planejadas e os preju?zos já se estendem à ocupação hoteleira de janeiro e fevereiro".

Segundo José Octávio, 47% do turismo em PE é oriundo das cercanias do estado, mas o restante é de turistas que precisam do avião.

AL - Glênio Cedrin, presidente da ABIH-AL, relata que desde o "primeiro apagão" em 2 de novembro e ainda em 15 de novembro e, depois, 23 deste mês os preju?zos atingem a 30% do movimento na rede hoteleira se comparado aos mesmos meses de 2005. "Esperávamos uma ocupação de 90% para os 25 mil leitos em Alagoas, mas teremos entre 60% e 70%.

Nossa meta era de 22 mil turistas/dia".

Ele informa que a rede hoteleira fez uma campanha para atrair os turistas na região, incluindo Bahia e Rio Grande Norte, mas o resultado não foi o esperado.

BA - Ernani Petinatti, da ABIH-BA, informa que apenas os hotéis que promovem réveillons e "que já são mais conhecidos" estão lotados.

Para uma graduada diretora de uma rede hoteleira estrangeira, a hotelaria baiana está, no máximo, com 60% de ocupação. "Na Costa do Sau?pe ainda há muita vaga".

CE - Manoel Linhares, presidente da ABIH-CE, estima perdas e cancelamentos de vôos entre 15% a 20%. "Poucos são os hotéis com perspectivas de lotarem no réveillon, quando tradicionalmente a ocupação é de quase 100%".

Linhares disse desconhecer ainda os motivos de a Air Madrid ter cancelado os vôos para Fortaleza. "Seriam mais de mil turistas por semana para movimentar a economia do Ceará".

MA - Nan Souza, presidente da ABIH-MA, informa que a capital, São Luiz, e os Lençóis Maranhenses foram os locais tur?sticos mais prejudicados pelo apagão aéreo.

Mesmo assim ele acredita que haverá plena lotação dos hotéis entre os dias 29/12 a 2/01.

PB - Tadeu Pinto, da ABIH da Para?ba, informa que nos primeiros dias do chamado apagão aéreo, os hoteleiros se reuniram e procuraram redirecionar o foco para o turista da região que usa o carro ou ônibus. "E, desta forma, temos a expectativa que o turista regional vá lotar os hotéis." Como o parque hoteleiro ainda é pequeno no estado, não está tendo grande procura internacional.

Apesar das ações de incentivo ao turista regional, Tadeu informa que as perdas neste in?cio de temporada de réveillon estão estimadas em 20%.

PI - Na opinião de D?lson Trindade, da ABIH-PI, a crise aérea afetou pouco o turismo no Piau?, porque o estado tem apenas dois vôos diretos por dia, um da TAM e outro, da Gol.

Ele explica ainda que o turismo no Piau?, na maioria, é de negócios. "A vocação no estado tem sido o turismo de eventos pequenos e médios".

Ele destaca que em 2006 a taxa de ocupação manteve-se em 80% com uma leve tendência de crescimento, em relação ao ano passado.

RN - Em Natal, informa Enrico Torquato Fermi, presidente da ABIH-RN, os cancelamentos podem provocar uma queda de 35% na estimativa de movimentação dos hoteleiros. "Ainda há muita disponibilidade de hotéis em várias praias, incluindo a famosa Ponta Negra." Apenas um grande hotel da orla calcula que seus preju?zos cheguem a R$ 1,5 milhão na temporada.

Foram suspensas as contratações de funcionários no final de ano.