Por Cec?lia RamosRepórter do Blog do JC O destemido delegado da Pol?cia Federal Romero Lucena de Meneses, novo titular da Secretaria de Defesa Social (SDS), mostrou alguma tolerância ao falar da atividade paralela ou "bico", comum entre as pol?cias de Pernambuco.

Disse até que não se trata de "caça às bruxas", mas de prevenção.

Segundo Meneses, o policial é um servidor público e como cidadão… "pode ser sócio, quotista, por exemplo, em empresa, mas tem um limite da participação dele.

Quem obedecer esse limite não terá problema nenhum, quem ultrapassar, como servidor público, vai ser chamado, vai ter que optar", disse o delegado, em entrevista ao repórter de Cidades do JC, Eduardo Machado, nesta sexta-feira.

Apesar de demonstrar, agora, certa flexibilidade com a tal função dupla da classe, Romero Meneses promete ser linha dura.

Não vai nomear uma equipe para caçar os fora da lei, mas garantiu investigação séria ao menor sinal de fumaça. "Enquanto eu estiver aqui não há tolerância para esse tipo de conduta.

E estou falando de qualquer desvio de conduta.

Não há tolerância.

Enquanto eu estiver aqui, não.

Paciência.

Eu sou policial.

Não tem jeito".

Veja a entrevista: O senhor falou na sua posse, esta semana, que policiais que tiverem na iniciativa privada não vão ter vez na sua gestão.

Isso vai ser mesmo posto em pratica?

A Pol?cia Civil é uma função de Estado.

Quem trabalha nela é servidor publico e ele tem obrigação de fazer, tem uma tarefa a cumprir.

O servidor público, como cidadão, pode ser sócio, quotista, por exemplo, em empresa, mas tem um limite da participação dele.

Quem obedecer esse limite não terá problema nenhum, quem ultrapassar, como servidor público, vai ser chamado, vai ter que optar.

Eu já comecei a fazer isso, já comecei a conversar.

Falei com o presidente da Assossiação dos Policiais Civis.

Tivemos uma conversa muito boa e construtiva.

Não é caça às bruxas. É uma questão de previnir.

Se tiver na pol?cia isso (a dupla função), direi que há incompatibilidade da atividade policial com a empresarial.

E pronto.

Você não pode levar o aparato policial para a iniciativa privada.

Isso é uma coisa bem lógica e óbvia, mas nunca foi tratada aqui…

Eu não quero olhar para trás.

Eu olho para frente.

Eu não quero saber de olhar para trás.

Atrás tinha alguém aqui que fazia como bem entendia.

A minha responsabilidade é daqui para frente.

Não posso avaliar para trás.

Se houver provas, temos a corregedoria que será atuante.

Eu estou aqui como gestor.

O senhor vai nomear uma equipe para fazer o levantamento de poss?veis policiais que atuam também na iniciativa privada?

Não.

Qualquer not?cia que chegar à policia, a nossa corregedoria está pronta para atuar.

Nossa equipe de inteligência também atuará.

A pol?cia não pode fechar os olhos para dentro dela.

A pol?cia tem que ser transparente.

Há informações de policiais que fazem segurança…

Alguns até em casa de jogo de bicho…

Eu não posso falar sobre hipótese.

Eu preciso saber da not?cia, de fatos que me levem a tomar providência.

Investiga-se qualquer tipo de desvio de conduta. É claro que algumas situações podem ser resolvidas para que não chegem a ser institucionalizadas, como esse caso (policiais-seguranças).

Agora falar sobre hipótese é muito perigoso.

Eu estou aqui para agir na lei.

O policial tem um código de conduta para ser obedecido.

Paciência.

Enquanto eu estiver aqui não há tolerância para esse tipo de conduta.

Paciência.

Chegando alguma not?cia, alguma prova, algum ind?cio a gente vai ter que tomar providência.

E estou falando de qualquer desvio de conduta.

Não há tolerância com esse tipo de conduta.

Enquanto eu estiver aqui, não.

Paciência.

Eu sou policial.

Não tem jeito. *Leia mais na seção ARTIGOS (ao lado esquerdo) sobre o mercado milionário das empresas de segurança privada, invadido pelo alto escalão das pol?cias de Pernambuco.