Por Cec?lia RamosRepórter do Blog do JC Justo quem supostamente mais precisava de apoio, atenção, e abraços em uma hora dif?cil foi quem mais os deu.

O agora ex-governador Mendonça Filho (PFL) manteve-se forte e sereno durante o rito de transmissão do cargo para o governador Eduardo Campos (PSB), nesta segunda-feira (1).

A todo instante, amparou a fam?lia, bastante emocionada.

Mesmo sob os olhares atentos de centenas de pessoas, no Salão das Bandeiras, do Palácio das Princesas, casa que ocupou por oito anos, Mendonça conteve a emoção.

E como conteve.

Nem mesmo no momento em que assinou o livro transmitindo o cargo de governador para Eduardo Campos, nem mesmo ao ver os olhos marejados do pai, o deputado federal José Mendonça (PFL) - cujo sonho era ver o filho governador eleito - e nem mesmo ao ver a esposa Taciana chorar, Mendonça combaliu.

Ao contrário.

Tratou de acalentar todos.

A repórter de Pol?tica do JC, Monica Crisostomo, observou que Mendonça teve o cuidado de segurar com carinho a mão da esposa, visivelmente abatida.

As irmãs dele, Carla e Isabela, o ajudaram a consolar o patriarca, José Mendonça.

A chegada ao Palácio Mendonça chegou ao Palácio por volta das 15h, conforme apurou a repórter de Pol?tica do JC, Monica Crisostomo.

Ele estava acompanhado da esposa, Taciana Mendonça; dos três filhos, Ilana, José e Vin?cius; dos pais, o deputado federal José Mendonça (PFL) e Fana Mendonça; dos sogros Marcos e Maria do Carmo Villaça e dos cinco irmãos (e suas respectivas fam?lias).

Foi o próprio Mendonça que dirigiu, no trajeto de sua casa, no bairro de Boa Viagem, até o Palácio das Princesas, o automóvel particular da fam?lia.

A espera por Eduardo Mendonça aguardou a chegada do seu sucessor no gabinete que ocupou ao longo dos últimos nove meses - desde que recebeu o comando do Executivo do ex-governador e senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB).

A civilidade Apesar do acirramento da campanha eleitoral, enfrentada por Mendonça e Eduardo, o n?vel de cordialidade surpreendeu, de lado a lado.

As demonstrações de civilidade vieram até das esposas.

Ainda no hall do Palácio, a nova primeira-dama, Renata Campos, ajudou a antecessora, Taciana, a enfrentar a multidão.

Solidária, Renata segurou uma das mãos de Taciana, visivelmente emocionada, e a ajudou a chegar até o carro.

As últimas palavras Mendonça não discursou.

Pronunciou seu desejo de bom trabalho ao sucessor, em poucas pelavras.

Na verdade gestos: abraço, aperto de mão.

A sa?da do Palácio Conforme já havia prometido, Mendonça Filho deixou o Palácio do governo pela porta da frente e não pelos jardins, onde, se assim escolhesse, não teria contato com o povo.

Desceu as escadas do primeiro-andar até o térreo ao lado da esposa e de Eduardo e Renata, casal que agora comandará o Palácio.

De cabeça erguida e ao lado da fam?lia, enfrentou a multidão que se engalfinhou do lado de fora do Palácio para ver o governador, o eleito.

Tranquilo, Mendonça não demostrou reação à tentativa de um grupo de militantes socialistas que ensaiou um coro de vaias e palavras de ordem.

Eduardo, ágil e elegante, conteve à movimentação com gestos.

Pediu aplausos.

E conseguiu.

Minutos depois à sa?da de Mendonça, mais de trinta carros deixaram o estacionamento interno do Palácio.

Em 1999, quando Jarbas Vasconcelos assumiu o Estado depois de uma campanha marcada pela troca de acusações e farpas, não houve cerimônia de transmissão de cargo.

O ex-governador Miguel Arraes (já falecido), avó de Eduardo, recusou-se a participar do evento.

O futuro Depois da cerimônia de transmissão do cargo, Mendonça seguiu com a fam?lia para uma praia.

Fala-se na paradis?aca Carneiros, no litoral Sul de Pernambuco.

Na próxima semana, ele viajará para os Estados Unidos, onde vai passar três meses.

Mendonça vai fazer especialização em Gestão Pública na Universidade Harvard.

Será colega do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, candidato derrotado do PSDB à Presidência da República.

Nos bastidores, ventilam a hipótese de Mendonça Filho assumir a presidência estadual do PFL.