A proposta de pacto pol?tico proposta pelo novo governador em seu discurso de posse mostra-se contraditória a partir do próprio discurso.

Dois parágrafos antes de sugerir o pacto, o mesmo Eduardo Campos que prega a conciliação parece querer jogar a população contra os adversários pol?ticos, salve melhor ju?zo.

No trecho de conciliação, Eduardo Campos diz que a disputa eleitoral está encerrada. “Estendo as mãos ao diálogo e à concórdia.

Conclamo a sociedade a unirmos o Estado em torno de novos consensos que precisamos estabelecer, numa agenda comum, voltada para a construção de um futuro à altura das nossas mais leg?timas esperanças.

Reconhecemos nossas limitações e temos consciência de nossas potencialidades.

Com determinação e firmeza, construiremos o Pernambuco com o qual sonhamos???, promete.

No trecho da canelada, o mesmo Eduardo Campos diz que vai inaugurar um novo tempo para Pernambuco. “Um novo tempo, em que aqueles que sempre perderam possam por fim ganhar.

Um tempo em que as v?timas não sejam mais culpadas.

Um tempo em que a desigualdade social extrema cause indignação, e não indiferença.

E em que essa desigualdade seja combatida sem trégua, como se combate uma injustiça, uma doença f?sica e moral???, diferencia-se.

Sem citar o nome do adversário Jarbas Vasconcelos, nem o grupo de Mendonça, inviabilizando que aceitem o recado e rebatam, o novo governador já havia citado o programa de estradas como exemplo. “O desenvolvimento econômico só faz sentido se beneficia a grande maioria da população e não apenas uns poucos.

Foi a inversão perversa dessa verdade tão simples que causou em Pernambuco, nos últimos anos, uma falsa percepção de desenvolvimento.

Quando, na verdade, se buscava - e de fato se conseguiu, por 16 anos - perpetuar os mecanismos da nossa brutal desigualdade histórica.

O grande desafio que temos pela frente é corrigir essa distorção.