O meu amigo Marcelo Cavalcanti, do Blog do Torcedor, já havia alertado para o inusitado da foto do ex-vereador Jorge Chacrinha (PMDB), falecido recentemente, em um outdoor desejando um feliz 2007 para a população do Recife, em um dos principais corredores da cidade.

Anotei a dica e guardei.

Marcelo cobrou a divulgação que não saia.

Eu estava esperando a melhor hora, agora.

A imagem está aqui ilustrando a mensagem de Ano Novo do Blog do JC.

Inusitado?

Não.

Trata-de de uma justa homenagem da empresa Bandeirantes ao amigo pol?tico e bom cliente durante anos.

Também é uma homenagem para a fam?lia.

Poucas pessoas e empresas praticam a virtude da gratidão.

Pois bem, sirvo-me dela para lembrar que a vida é passageira e muito curta.

Assim, devemos aproveitá-la da melhor maneira poss?vel.

Na essência, o que gostaria de destacar é a necessidade de se deixar de ter apego a coisas ou pessoas, um dos fatores que mais causam insatisfação no ser humano.

Vivemos com medo de perder o que, na verdade, não é nosso.

Não quero ser antipático ao dar conselhos a quem quer que seja, nem de graça, mas essa foi a melhor forma que encontrei de desejar felicidade em 2007.

A inspiração vem de um artigo escrito pela consultora Márcia de Luca, fundadora do Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda, em São Paulo (www.ciyma.com.br).

A mulher é disc?pula do médico indiano Deepak Chopra.

Vale a pena um resumo dessas idéias.

O apego denota a noção de propriedade.

E é um engano.

Quando analisamos com objetividade qualquer coisa que nos sentimos donos, descobrimos que apenas a possu?mos por algum tempo.

Toda posse é temporária.

Permanente é o desejo humano de possuir.

Tanto é assim que no momento em que conseguimos algo já começamos a pensar em ir atrás de outra coisa.É por isso que tem gente que se acha dono da vontade do povo, de um estado ou mesmo de um pa?s, para apossar-se dele ?

Até blogs (modernidade das modernidades) também já tem donos.

Com a ajuda de Márcia de Luca, vejamos alguns exemplos de como isto é errado.

Quando chegamos ao mundo como bebês, por exemplo, o fazemos com as mãos fechadas e vazias.Ao deixarmos este mundo, o fazemos com as mãos abertas e vazias (bem, alguns deixam muitas propriedades de herança, sem sempre de forma decente, mas isto é outra história).

Para a consultora, isto é um sinal de alerta. “O universo está nos mostrando que possuir alguma coisa ou alguém não é nossa missão na terra???, afirma.Nossa casa não é nossa.

Até o nosso corpo não é nosso para sempre - somos ocupantes temporários.

Aliás quem nos fala disso com muita propriedade, e para variar com o maior humor do mundo, é o escritor Luis Fernando Ver?ssimo.

Em um dos meus contos preferidos, Ver?ssimo fala que somos entregadores de pizza, numa referência ao nosso corpo.

Um dia vamos ter que entregá-lo, mais cedo ou mais tarde …

O desapego traz paz de esp?rito e felicidade duradoura.Paramos de ter medo de perder (já pensou como seria bom não ter medo de perder o emprego e ousar mais?)Paramos de ter o desejo de possuir e da? se dá o mais interessante. “Ao pararmos de correr atrás das coisas e das pessoas, deixamos de ser donos do mundo e nos descobrimos donos do universo???, ensina Márcia de Luca.

Em s?ntese, então, descarreguem seus pesos.

Não apenas nessas festas de Ano Novo mas para todo ano.

E Vivam mais felizes.

Um bom e feliz 2007, é o que desejamos eu e Cec?lia do Blog (também conhecida como Cec?lia Ramos).

PS1: Delúbio, BOA$ FE$TA$ para você também !

PS2: Meu muito obrigado aos leitores atentos, como Francisco Filho, Eduardo Maia, Machado Freire e tantos outros internautas que me brindaram com suas cr?ticas sagazes e construtivas - são um est?mulo permanente para nos aperfeiçoarmos.