Por Luciano Siqueira*Vice-prefeito do Recife Já escrevemos sobre o assunto noutra oportunidade. É tema, inclusive, de um dos sessenta e cinco artigos contidos na coletânea que compõe o livro O Vermelho é Verde-Amarelo, editado pela Anita Garibaldi em 2005.
Os tempos de governo são implacáveis?
Para quem começa, para quem já vai adiantado.
Em qualquer circunstância constituem desafio a ser observado por todo bom governante.
Eduardo Campos viverá a experiência a partir do dia 1º de janeiro.
Lula também, só que dando continuidade ao que já realiza há quatro anos.
João Paulo, assim como Luciana em Olinda e todos os prefeitos eleitos ou reeleitos em 2004, encara a questão numa circunstância talvez ainda mais delicada: o in?cio do último biênio do governo.
Há um tempo administrativo, um tempo pol?tico e um tempo eleitoral.
O tempo administrativo implica em formatar programas, conforme as prioridades e as linhas estratégicas da gestão; constituir equipes,entrosá-las e colocá-las em movimento; equacionar recursos;estabelecer mecanismos de acompanhamento e controle e de aferição de resultados.
Tudo isso leva tempo.
Há o tempo pol?tico, que requer muita paciência e muito descortino na consolidação da aliança vitoriosa nas urnas e agora encarregada de governar.
E mais: demanda esclarecer à população sobre procedimentos administrativos, pois dela surge a cobrança de resultados já nos primeiros meses.
E o tempo eleitoral, que interfere sobre o tempo administrativo e o tempo pol?tico: no Brasil, há eleições a cada dois anos, e o processo eleitoral influi no andamento do governo.
Caso de Eduardo Campos e dos demais governadores que assumem no dia 1º, e de Lula, que com apenas um ano e meio de gestão já serão duramente cobrados, ainda que o pleito seja municipal.
Nesta quinta-feira (28), o prefeito João Paulo reunirá todo o secretariado para um balanço do que foi realizado até agora e para acertar o passo para o per?odo restante.
O prefeito sabe, todos sabemos, que rigorosamente teremos mais um ano e meio de ação administrativa efetiva, pois no último semestre, em 2008, a campanha eleitoral assumirá a centralidade das atenções da sociedade e de quem governa.
Eis o nosso desafio?
De João Paulo e de todos os que fazemos o governo da cidade: assegurar ritmo, celeridade e eficiência nessa reta derradeira.
Mesmo que para tanto seja necessário fazer mudanças na equipe, para ajustá-la à nova conjuntura pol?tica e para injetar mais élan. *Luciano Siqueira, 60, médico, é vice-prefeito do Recife há duas gestões.
Foi candidato a senador pelo PCdoB, na última eleição, e deputado estadual em Pernambuco nos anos 80.