O ex-governador e senador eleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) foi uma das primeiras pessoas a serem avisadas da aprovação da autorização para que a Transpetro pudesse se endividar em R$ 5,6 bilhões, no Plenário do Senado ontem.

Trata-se do último obstáculo removido para a construção do estaleiro, pois a medida é necessária para que a estatal contrate 26 navios de estaleiros nacionais, incluindo a produção de 10 Suezmax que serão feitos em Suape, ao preço de US$ 1,2 bilhão. "Todo dia eu ligava e pedia apoio e empenho para Sérgio Guerra, José Jorge e Heráclito Fortes (PFL/PI)", explicava, na movimentada e eclética festa de confraternização do deputado petista Carlos Wilson (PT).

O próprio presidente da Transpetro, Sérgio Machado, elogiou a bancada pernambucana, especialmente o senador Sérgio Guerra (PSDB), relator da matéria, além do senador José Jorge (PFL).

O estaleiro Atlântico Sul, que se instalará em Pernambuco, aguardava apenas esta autorização e a posterior assinatura do contrato para iniciar as obras do empreendimento de US$ 220 milhões.

Se o projeto não fosse votado até hoje no plenário do Senado, só poderia ser apreciado em fevereiro do próximo ano, quando o Congresso retorna do recesso.

O que é lamentável é que uma briga paroquial tenha atrasado o projeto por tanto tempo.

O principal opositor da aprovação foi o correligionário do senador pernambucano Tasso Jereissati (PSDB), que hoje é inimigo pol?tico de Machado.

Ele é hoje adversário e desafeto de Sérgio Machado na pol?tica do Ceará.

Desde agosto deste ano que o processo de licitação já estava definido, mas a aprovação do limite de endividamento empacou no Senado, principalmente por causa do per?odo eleitoral.

Conforme relata Renato Lima, no JC de hoje, agora a Transpetro deve fechar com o BNDES o contrato de financiamento para a construção dos navios, já que o banco é agente repassador dos recursos do Fundo de Marinha Mercante.

Como a Transpetro é uma estatal, ela só poderia se endividar com a autorização do Senado.