As inéditas caneladas públicas dos empresários de ônibus na EMTU, em torno da bilhetagem eletrônica, são apenas a ponta de um iceberg.

Um dos principais motivos da ira dos empresários e a troca de acusações públicas é a também inédita recusa da EMTU, historicamente refém dos empresários do setor, em aumentar as passagens agora no mês passado.

O setor chegou a pedir oficialmente que as passagens fossem ‘realinhadas’ no dia 20 de novembro, em of?cio assinado pelo presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros no Estado de Pernambuco (Setrans), Luiz Fernando Bandeira de Melo, de acordo com documentação obtida pelo Blog do JC. "As decisões que deixaram de ser tomadas prejudicam a justa remuneração das empresas operadoras.

O modelo hoje em prática exige o realinhamento tarifário para cobrir as necessidades operacionais e a qualidade do serviço", critica o Setrans.

Os empresários reclamam que o último aumento ocorreu há um ano e que, depois disso, muitos insumos foram reajustados, refletindo nos custos operacionais.

Em dificuldades, os empresários também afirmam que não teriam dinheiro para o pagamento do 13º salário dos empregados do setor e tentam empinar um papagaio de R$ 10 milhões com esta finalidade.

A operação seria feita da seguinte forma: com o adiantamento das receitas de vale-transporte a ser deduzido das empresas em 12 meses.

Os empresários afirmam que, sem mais dinheiro, não poderão renovar a frota para os próximos 12 meses.

Ou seja, os empresários estão revoltados porque o governador que sai, Mendonça Filho, não aceitou bancar novos reajustes este ano, de modo a ampliar ainda mais o desgaste que já teve com a derrota eleitoral.

Tradicionalmente, em novembro, esses aumentos eram l?quidos e certos.

A oposição na AL (leia-se também o novo governador Eduardo Campos) está adorando a exposição, pois revela as fragilidades do sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR), enquanto o atual governo do Estado diz que o sistema está equilibrado.

Ocorre que em menos de duas semanas, serão governo e a pressão dos empresários continua.

O pepino vai cair agora nas mãos do PT, mais especificamente de Humberto, que vai assumir a secretaria de Cidades.

Graças a Deus, experiência com empresas de ônibus neste pa?s é que não falta ao PT.