Em respeito aos leitores desta coluna eletrônica, mesmo com algum atraso, gostaria de esclarecer o episódio envolvendo o meu nome e o do governador eleito Eduardo Campos, na festa de confraternização do PSB. É fato que houve desentendimento entre mim e o governador, antes do final da festa de confraternização, mas em termos civilizados.
Não houve barraco nem entrevero, conforme chegou a ser divulgado.
Muito menos incidente.
Aos 41 anos, com a maturidade que tenho hoje, aliás a mesma idade de Eduardo Campos, não perco mais a elegância facilmente e por tão pouco.
A prova disto é que nos despedimos amigavelmente e desejei feliz 2007 e um bom governo para ele.
De sua parte, Eduardo despediu-se pedindo que relaxasse e esquecesse a discussão, antes de pedir apoio para o desafio da nova gestão.
Sa?mos em paz, como estamos agora.
No caso, o motivo do despertar da ira momentânea do governador eleito foi uma pergunta simples. - "Esse despacho todo é para Mendonça Filho (governador que está saindo) ?", foi o que perguntei.
Com uma decoração tão exótica, todos falavam isto a boca pequena na festa, não havendo razão para desconfiar que despertaria o destempero do governador eleito.
Portanto, não houve nenhuma pergunta do tipo o sal grosso é para afastar os maus flu?dos da imprensa ?, conforme registrou um blog local.
Da minha parte, pelo menos, fui ao evento com o esp?rito leve e coração aberto, buscando confraternizar.
Na verdade, para seguir em frente com esse texto é preciso fazer um pequeno parêntese.
No meio da campanha, antes de uma visita à feira de Vitória de Santo Antão, o candidato estava reclamando do suposto tratamento discriminatório que o Jornal do Commercio lhe dispensava.
O assessor de imprensa Evaldo Costa chegou a prevenir-me para tomar cuidado e dar um desconto.
Campos ameaçou processar o jornal, coisa que nunca o fez.
Relatei o ocorrido ao diretor de Redação, com o objetivo de que ajudar Campos a resolver o problema, superior à minha esfera.
Suponho que tenha ficado com raiva de mim, o que acho natural, embora injusto, considerando que devo lealdade ao JC, conforme tive oportunidade de falar-lhe na festa.
Voltemos, então, à Praça do Jacaré, em Olinda, onde a festa aconteceu.
Ao ouvir essa pergunta, Campos voltou a falar repetidamente que "isto" ocorreu durante toda a campanha, que o Jornal do Commercio era Mendoncista e o boicotava e, no ataque mais grave, afirmou que o seu temor era de que o diretor-adjunto de Redação, Laurindo Ferreira, fosse fazer campanha para Mendonça Filho dentro deste jornal em 2007.
Aliás, reclamou também da diretoria da Folha de Pernambuco e da publicação de pesquisas que ele considera fajutas.
Antes de dizer que ele deveria falar diretamente com o dono do jornal e os diretores, falei que era bom mesmo que ele vomitasse tudo que o incomodava, pois a sessão de descarrego (referência ao ambiente) era para isso mesmo.
Senti nisto uma maneira de ajudar a superar o episódio da feira de Vitória de Santo Antão, tão mal digerido.
A versão que correu após a festa, confirmada pelo assessor de imprensa do socialista, deu conta que o governador Eduardo Campos teria ficado bravo ao ouvir a expressão vomitar.
Pelos antecedentes que relatei, qualquer um pode deduzir que o termo foi mais do que adequado.
Vivo de escrever e sei que uma poss?vel irritação provocada pelo emprego da palavra vomitar não teria fundamento.
O aux?lio do velho e bom Aurélio nos ensina que o verbo vomitar não tem só o sentido de expelir pela boca substâncias que já estavam no estômago.
Há 12 acepções poss?veis, sendo admitida, no linguajar popular, até no sentido de contar um segredo.
A décima acepção é justamente falar e contar coisa que ocultava; desembuchar.
Este Blog, bem como todos os ve?culos do Sistema Jornal de Comunicação, continuará fazendo jornalismo de qualidade, de maneira isenta e responsável, em defesa dos interesses de Pernambuco, independente de quem esteja no Poder.
Por isso, o diretor de Redação, Ivanildo Sampaio, disse estranhar as declarações de Eduardo Campos, considerando que ele nunca deixou de frequentar as capas do JC, mesmo quando estava em baixa nas pesquisas, além de ter obtido inúmeras páginas no noticiário de Pol?tica, não apenas quando se elegeu governador, mas a partir do momento em que passou a liderar as pesquisas de opinião.
Com isso, espero colocar um ponto final neste disse-me-disse!
O mais é fococa e ti-ti-ti, que não contribuem para a discussão dos problemas do Estado (objetivo final do jornalismo que busco fazer) e não passa de desperd?cio de tempo e energia.