A futura secretaria executiva da Mulher, Cristina Buarque, disse agora há pouco ao locutor Mário Neto, em debate na rádio JC/CBN, que a discussão sobre o aborto será uma das principais bandeiras da nova pasta. "As mulheres tem que ter a liberdade de decidir sobre a gestação", defende.
Essas e outras questões de fundo serão discutidas na escola, em programas espec?ficos, adiantou.
No ar, a feminista criticou o que chamou de cumplicidade dos homens com a violência contra a mulher. "Existe uma confraria masculina.
São os homens que praticam a violência e aqueles que silenciam.
O caso do jornalista Pimenta Neves é um bom exemplo.
Aqui no Estado, 52% são mulheres e elas são pass?veis de violência, aceitando-se isto como natural", citou.
Ela disse que não espera reação da igreja. "Não se trata de uma questão de religião.
Vivemos em um estado laico.
Se fosse assim, ter?amos que todos as religiões no governo", observou.
Embora não saiba qual o seu orçamento nem onde vai sentar, no novo governo, a secretária disse que vai brigar para que sejam constru?das mais casa de abrigos para mulheres v?timas de violência doméstica e também pela ampliação de delegacias especializadas para mulheres. "Hoje, temos duas ou três. É muito pouco", diz."Vamos preparar uma pauta para apresentar ao novo secretário".
Outra revelação foi a orientação para que os programas de crédito possam beneficiar mais as mulheres rurais. "Elas não contam com acesso ao crédito, como a agricultura familiar.
Representam apenas 7% dos recursos no Estado.
Precisamos pelo menos dobrar isto, com ajuda da Fetape e MST, por exemplo", explicou.