Por José Dirceu "Com a decisão do Diretório Nacional do PT de convocar o 3º Congresso Nacional para junho de 2007, considero que devo encerrar meu per?odo de silêncio sobre o partido.

Fui cassado pela Câmara dos Deputados, uma violência pol?tica que me tirou um mandato dado pelo povo de São Paulo.

Poderia tê-lo reconquistado, se tivesse renunciado e, novamente, submetido-me ao julgamento das urnas no dia 1º de outubro.

Não o fiz porque sou inocente, jamais aceitaria fugir do enfrentamento com a direita e, acima do meu mandato, estava a defesa do PT e do governo.

Essa luta continua.

Vou provar minha inocência na Justiça.

Quero ser processado e julgado o mais rápido poss?vel.

Também voltarei a combater por meus direitos nas ruas e no Parlamento: aceito, com gratidão e honradez, os pedidos por minha anistia e o apoio que tenho recebido dos movimentos sociais, dos partidos de esquerda, dos sindicatos, de setores intelectuais e empresariais.

A Câmara dos Deputados cassou o meu mandato sem provas.

Foi uma cassação pol?tica, um desrespeito à Constituição, uma trama cujo único objetivo, ao me condenar, era golpear o PT, a esquerda e o governo do presidente Lula.

Tenho o direito, que conquistei durante 40 anos de luta pol?tica e social, partidária e parlamentar, de continuar contribuindo com a luta do povo brasileiro por sua libertação e soberania.

Acumulei experiência como militante, profissional, parlamentar, dirigente partidário e, por fim, ministro de Estado.

Quero continuar colocando meus conhecimentos à disposição do desenvolvimento nacional.

Sou petista e participo do projeto pol?tico do partido que reelegeu Lula, com um programa que representa a nossa luta, a luta de várias gerações pela democracia e pelo socialismo.

Quanto ao PT, quero deixar claro que não abro mão da minha filiação.

Nessa condição, vou participar do 3º Congresso Nacional do PT.

Não vou participar de chapas ou da disputa de cargos, mas da avaliação dos últimos dez anos e do debate sobre futuro do partido, assumindo minha responsabilidade pol?tica sobre os 12 anos decisivos em que fui secretário geral e presidente do PT.

Não abro mão de meu compromisso com o governo do presidente Lula, de minha militância socialista e internacionalista.

Não renunciarei, jamais, à herança da esquerda brasileira, da qual participei intensamente nos últimos 40 anos, na luta estudantil, na clandestinidade, na resistência armada, na luta pela democratização, na construção do PT e na chegada de Lula à Presidência da República.

Participarei do 3º Congresso Nacional do PT com a disposição de reconhecer meus erros pol?ticos, e de contribuir para que o PT se reforme, como sempre o fez, e se prepare para os próximos 20 anos.

Não há dúvidas – se existiam, o PED, em 2005, e os resultados das urnas, em 2006, as superaram - de que o PT está consolidado como o maior partido do Brasil, com profundas ra?zes populares e com uma extraordinária experiência de luta social, parlamentar e de governo".

Leia a ?ntegra do texto aqui no Blog do Dirceu.