Segundo auditores fiscais, a secretária da Fazenda, Maria José Briano, não queria aceitar, como não aceitou, qualquer alteração tributária no ICMS que favorecesse a Bunge Alimentos porque a empresa mantém uma briga na Justiça com o fisco em torno de uma cobrança de créditos de ICMS.

O valor original que a Secretaria da Fazenda diz que a Bunge deve e a Bunge diz que não deve à Fazenda gira em torno dos R$ 30 milhões.

Será que o decreto estadual que autorizou a mudança, de nº 30.000, é só uma coincidência ou não ?

Com a atualização, o valor da pendenga já soma cerca de R$ 50 milhões.

Esses valores são suficientes para quitar o volume de precatórios vencidos e vencer na gestão Mendonça Filho, em torno de R$ 28 milhões.

A coisa ficou feia mais ou menos há quatro meses, sabe-se agora, depois que um executivo da empresa do Parará chegou a ser enxotado da sala da secretária.

Numa conversa que poderia ser interpretada como chantagem, o executivo disse que se a Fazenda não resolvesse a multinacional poderia diminuir os investimentos no Estado.

Briano disse então que não conversava nestes termos.

Desde o ano passado, o grupo anunciou a intenção de transferir suas operações do Recife para Suape, construindo um novo moinho, com investimentos de R$ 126 milhões.

Assim, a ajuda tributária à empresa de alimentos foi uma decisão do governador José Mendonça Filho, interessado em manter os investimentos em Suape.