O governador Mendonça Filho também está anunciando a retirada de pauta do Projeto de Lei nº 1.436, que permitiria ao Estado recolher as contribuições para o pagamento das despesas de dezembro dos aposentados e pensionistas apenas em janeiro. "Hoje mesmo (ontem) envio of?cio (à Assembléia) pedindo devolução do projeto.

Pagaremos tudo até o dia 29, mostrando que o Estado está em equil?brio", ressaltou.

O recolhimento das receitas previdenciárias de dezembro historicamente acontecia em janeiro, mesmo mês de pagamento dos proventos.

Mas como o governo antecipou a folha este ano, enviou a matéria para modificar a legislação, que previa que o fato gerador do recolhimento deve acontecer no mesmo mês de pagamento dos inativos.

Segundo o governador, a devolução do projeto foi solicitada por causa da celeuma gerada pela oposição.

Em declarações à imprensa, deputados que apóiam Eduardo Campos disseram que o atual governo estava deixando uma d?vida previdenciária de R$ 100 milhões para a próxima gestão. "Ninguém estava transferindo para a outra gestão a questão previdenciária", rebateu Mendonça.

Na edição de hoje de pol?tica, a repórter Ta?za Brito revela que o governador tentou, sem sucesso, negociar com os deputados de oposição na Assembléia Legislativa a retirada do projeto 1436 - que previa o pagamento da previdência dos servidores em janeiro -, antes de fazer o anúncio oficial da medida.

Em troca, queria que os parlamentares aceitassem aprovar todos os demais projetos do pacote do Executivo.

Para tornar a proposta mais atrativa, os emissários do governador foram autorizados a cogitar até a retirada de mais duas matérias da pauta - a que dispõe sobre a criação da Agência Estadual de ??guas (1453) e a que dá autonomia financeira à Defensoria Pública, ambas objetos de muito debate na Casa nas últimas semanas.

A proposta foi levada à Assembléia pelo secretário de Gabinete Civil, Flávio Goés, que se reuniu no final da manhã com a bancada governista.

O emissários escolhidos pelo governo para conversar com os oposicionistas foram os deputado Augusto Coutinho, l?der do PFL, e o l?der do governo, Pedro Eurico (PSDB), que fizeram a oferta após almoço com o l?der da oposição, Isaltino Nascimento (PT), e o presidente em exerc?cio da Assembléia, Ettore Labanca (PMN).

Diante da negativa de Isaltino Nascimento em aceitar a oferta, os governistas ameaçaram obstruir a sessão de ontem, se retirando de plenário para não dar quórum para a votação dos projetos que estavam em pauta.

Com o acirramento de ânimos, oposicionistas e governistas trocaram farpas durante a sessão, na qual tentaram emplacar suas propostas para a votação do pacote do Executivo.

A bancada de oposição queria apreciar os projetos consensuais ontem e hoje e deixar os polêmicos para serem votados a partir do dia 19, enquanto os governistas queriam que entrassem na pauta de hoje as matérias de consenso e também o maior número poss?vel de divergentes.