O Blog do JC dá uma dica para que o Ministério Público de Olinda encontre mais um dos laranja das empresas fantasmas que atuavam na Secretaria de Obras.

Edson Alves da Silva, o suposto sócio da Construtora Porteiras Ltda, uma das empresas acusadas de participar das fraudes nas licitações em Olinda, na verdade é funcionário da empresa Construtora da Silva e Filho, outra empresa envolvida nas irregularidades e a única que ainda mantém contratos formais com o munic?pio de Olinda.

Edson trabalha como encarregado das obras que a empresa toca em Jardim Brasil. .

Caso já tivesse ouvido os funcionários e os moradores da Rua Rio Grande do Sul, em Jardim Brasil, onde a Da Silva e Filho trabalha em uma obra da PCR, o MP teria constatado as relações estreitas. "Os próprios trabalhadores nos contam que ele é o dono da Porteiras.

Ele próprio confirmou isto a um dos empregados mais antigos da firma, José Manoel da Luz, mais conhecido como Bruto", revela Heleno Pereira da Silva, morador do local.

Em conversa pelo telefone, Bruto também confirmou a situação.Procurado pela reportagem do JC no final de outubro, Edson levantou suspeitas por negar-se a informar o nome completo.

Edson também vem a ser casado com a primeira laranja descoberta pela reportagem do JC, Edileuza Ribeiro de Lucena, sócia majoritária da construtora Lucena Valentin.

Nos registros oficiais, ela seria comerciante, dona de um capital social de R$ 58 mil na empresa.

Na vida real, é dona de casa e mora em Maranguape I, Paulista. "Tô sabendo (das denúncias do MP), mas não sei de nada.

Nunca trabalhei, não tenho nada.

Sou doméstica", afirmou, sem responder se seus documentos foram usados com ou sem o seu consentimento.

Não foi por outro motivo que, nos registros da Junta Comercial de Pernambuco, o sócio majoritário da Porteiras, Edson Alves da Silva, informou como endereço residencial justamente um apartamento na porta da dona de casa Edileuza, da Lucena Valentin. "O nome do meu marido não é Edson. É Edvaldo", tentou despistar a mulher, quand procurada pela reportagem do JC, no final de outubro.

De acordo com vizinhos, o marido chamava-se Edson mesmo e trabalhava para uma empresa de obras em Olinda, prestadora de serviços ao munic?pio. "Não tem morador com este nome no 2º andar.

Quem mora a? há mais de 20 anos é seu Soares", explicou o vizinho Argenor Gomes dos Santos.

Segundo os vizinhos, Edson seria peão de obras e ajudante de pedreiro, justamente as funções que desempenha na Da Silva e Filhos, não sendo um empresário, como os registros oficiais da Jucepe.

Os dois moram em Maranguape 0 há mais de 20 anos, em um apartamento herdado da fam?lia.

Caso aprofunde as investigações, o MP chegará ao verdadeiro dono das três empresas.

A chave é o ex-borracheiro desempregado Edson Alves da Silva.

Vizinhos dos dois bairros populares contaram ao JC que Edileuza Ribeiro de Lucena, mulher do Edson da Poteiras, tem uma irmã chamada Eliane Ribeiro de Lucena, casada com Idinaldo Valentin, cujo nome aparece assinando cheques em nome da Porteiras, embora oficialmente não tenha relação com a construtora. "Ele diz que é v?tima.

Prestava serviços para a fam?lia Idinaldo.

Pediram a documentação dele para cadastrá-lo na empresa e ele não teve como dizer não, depois de passar um monte de tempo parado", informou uma fonte do JC, pedindo anonimato