Perto do dia marcado para o anúncio da equipe – sexta-feira, às 14h30, no Recife Praia Hotel –, Eduardo ainda tentava ontem contornar os problemas surgidos com a "desistência" de um técnico convidado para ocupar o cargo de secretário de Defesa Social.
Na edição de pol?tica de hoje, no JC, três nomes estão cotados para assumir a dif?cil missão de reduzir os ?ndices de violência do Estado.
Dois deles são ex-superintendentes da Pol?cia Federal (PF) em Pernambuco: Wilson Damázio, que hoje está lotado no Ministério da Justiça, e Zulmar Pimentel, que é diretor da Superintendência da Pol?cia Federal em Bras?lia.
O terceiro é o diretor-geral de Combate ao Crime Organizado, Getúlio Bezerra, que também está lotado na Superintendência da PF em Bras?lia.
Damázio e Getúlio são pernambucanos que têm projeção nacional.
Zulmar não é da terra, mas fez carreira no Estado.
Eles são técnicos reconhecidos e têm bom trânsito no governo federal, o que facilitaria o trabalho conjunto que Eduardo quer implementar para o setor, vinculando as ações do Estado com os projetos desenvolvidos pela gestão Lula.
Segundo Paulo Sérgio Scarpa, caso o delegado Wilson Damázio, da PF, seja confirmado na Secretaria de Defesa Social, a sua nomeação se deve ao trabalho pol?tico do agente da PF João Evangelista dos Santos (aposentado), que atuou nas campanhas de Eduardo Campos e Ana Arraes.
Segundo os socialistas, a demora na definição ocorre porque a decisão estaria condicionada às mudanças no comando nacional da Pol?cia Federal, que estão ocorrendo por conta da poss?vel sa?da do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
O governador aproveita a viagem a Bras?lia, que realiza hoje para participar da reunião do conselho pol?tico formado pelos partidos da base de sustentação do presidente, para coordenar as últimas conversas e definir qual será o secretário de Defesa Social Na edição de hoje do JC, o colunista pol?tico Inaldo Sampaiio criticou hoje a importação de secretários.
Veja a análise: Durante a campanha e eitoral, o ainda candidato Eduardo Campos recusou-se a "eleitoralizar" a segurança pública para não cair na mesma armadilha que atrapalhou Jarbas Vasconcelos.
Jarbas não só "eleitoralizou" o tema, apresentando no seu programa de TV o modelo de segurança adotado no Ceará pelo então governador, Tasso Jereissati, como foi um pouco mais além.
Nessa área, disse ele, "eu não posso errar".
Ju?zo de valor à parte, teve quatro secretários de defesa social ao longo dos seus sete anos de governo, de onde se conclui que as substituições foram motivadas pelos erros cometidos por essas pessoas.
Justo por não ter assumido compromisso nessa área, salvo o de priorizar a "inteligência" como arma de prevenção e combate ao crime, o governador eleito não deu ainda a mais remota pista sobre o que pretende fazer com aquela pasta, que, segundo observação dos próprios policiais, transformou-se num "monstro" dentro do "monstro".
O que deveria ser uma pasta enxuta para administrar as Pol?cias Civil, Militar e Corpo de Bombeiros teria se transformado numa estrutura pesada, cara e ineficiente.
Ainda carece de confirmação as versões de que o futuro governador estaria inclinado a colocar naquela pasta um "estrangeiro", isto é, alguém alheio aos seus quadros e residente fora de Pernambuco.
A confirmar-se, será um jogada de alto risco, com maior probabilidade de erro do que de acerto.