Por Ines Andrade Uma semana depois de a equipe do futuro governador Eduardo Campos (PSB) ter declarado que a situação das contas públicas do Estado é de "frágil equil?brio", o governador Mendonça Filho (PFL) anunciou duas medidas que exigem fôlego financeiro.

A primeira delas foi a antecipação da folha de pagamento de dezembro dos servidores públicos ativos e inativos do Estado.

O atual governo já tinha divulgado anteriormente que pagaria todas as folhas salariais de 2006 neste ano, o que consistia numa novidade porque nos exerc?cios anteriores o último salário era sempre honrado em janeiro seguinte.

Ontem, Mendonça comunicou que vai pagar dezembro antes do Natal.

De acordo com o secretário Maur?cio Romão (Administração), essa será a primeira vez que o Estado paga o salário de dezembro antes do Natal.

Pelo calendário inicial, divulgado em agosto, os 168 mil servidores do Estado receberiam a folha de dezembro até o dia 29 deste mês.

Pelo novo cronograma (veja quadro), o pagamento vai do dia 19 ao 22.

O 13º salário foi pago em duas parcelas, sendo a primeira em setembro e a segunda em novembro.

Questionado porque o pagamento de dezembro não foi inicialmente previsto para ocorrer antes do Natal, o governador respondeu que o fluxo normal da receita do Estado fez chegar à conclusão que seria poss?vel antecipar. "Qualquer gestão financeira trabalha com segurança das informações, que são modificadas dia-a-dia." Briga de números Além dos dois anúncios, o governador entregou à imprensa quadros com informações financeiras do Estado para mostrar a evolução das contas públicas desde 1999.

Mendonça declarou que era importante divulgar números objetivos, acompanhados pelo Tesouro Nacional.

Destacou a evolução da poupança corrente, que passou de menos R$ 280 milhões para um valor positivo de R$ 764 milhões entre 1998 - último ano do governo Miguel Arraes - e 2005.

Citou ainda a redução das despesas com pessoal e da d?vida pública.

No per?odo, de acordo com os números apresentados, o endividamento do Estado foi reduzido em R$ 3,4 bilhões.

O governador eleito Eduardo Campos evitou maiores comentários sobre a atitude de Mendonça em relação à retirada do projeto da previdência. "Quem decide o que entra e sai é ele.

Estou preocupado em governar a partir de janeiro", disse apenas.