Na sexta-feira, a repórter de Pol?tica do JC Sheila Borges relatou a dificuldade do governador eleito, Eduardo Campos, em formar sua equipe graças aos salários pouco atrativos pagos pelo Estado.
Cotado para assumir um cargo no novo governo, o consultor João Recena, um dos sócios da empresa Projetec, é um exemplo bem ilustrativo da situação.
Em entrevista ao Blog do JC, agora há pouco, Recene mostra o quanto está dividido para aceitar um convite do aliado. "Só queria ter duas vidas, para seguir as duas coisas.
Gosto de governo, de poder contribuir com as ações de Estado.
Por outro lado, não tenho aposentadoria de orgão público.
O meu caminho é a aposentadoria do INSS.
Essa é a grande dificuldade.
Eduardo sabe disto, conhece a minha luta e a minha vida e é por isto que eu acho mais dif?cil que ele me convide", observou, com a transparência de sempre.
No entanto, o ex-secretário de Planejamento de Miguel Arraes não é taxativo, dizendo que já tem uma decisão tomada. "Não posso dizer desta água não bebere, antes de saber a realidadei.
Não sei se terá água para se beber, pois o próprio Eduardo Campos ainda não decidiu com que peças vai jogar, embora já tenha um xadrez pronto na sua cabeça.
Assim, só digo que tenho dificuldade de sair da iniciativa privada", explica. "Eu fui bem transparente, para que não esperem de min mais do que eu posso contribuir", completa.
O consultor já disse ao governador eleito que, depois de quatro anos de governo, quando se volta para a iniciativa privada, perdem-se os clientes e os negócios. "Na própria campanha, devido aos compromissos prifissionais, já tive uma grande dificuldade de ajudar mais de perto.
Se, apesar disto, ele ainda contemplar meu nome, eu não sei o que vou fazer".
Foi nesse rastro de dificuldades, certamente, que o governador eleito foi buscar o apoio do economista Aristides Monteiro, do Ipea, cotado para assumir a secretaria de Planejamento no novo governo.