O pesquisador da UFRPE Fábio Hazin, especialista em tubarões, negou agora há pouco, ao Blog do JC, que tenha enviado qualquer relatório ao Comando Geral do Corpo de Bombeiros criticando o coronel Neyff Souza da Silva, comandante de Bombeiros da Região Metropolitana do Recife (CBRMR).

Nesta segunda-feira, em terra mesmo, Neyff transformou-se na mais nova v?tima dos tubarões, tendo sido afastado do cargo, sem nenhum alarde, por um decreto assinado pelo governador José Mendonça Filho, a pedido do comandante geral do Corpo de Bombeiros Militar de Pernambuco.

O militar foi devorado na esteira da briga de bastidores que a divulgação dos ataques vem gerando entre autoridades no assunto. "Pergunte a eles.

Não encaminhei nada.

Não vou alimentar esta polêmica.

Não tenho nada contra a ele. É um problema interno lá deles", afirmou. "A não ser que ele seja meu desafeto.

Eu não tenho nenhuma desafeição pelo coronel", garantiu Fábio Hazin.

A SDS não esclareceu os motivos do afastamento do militar, mas de acordo com informações extra-oficiais o coronel chegou a brigar com o chefe, depois de ter se desentendido com Hazin. "O coronel Neyff foi punido uma vez quando deu uma entrevista à imprensa sobre tubarão, quando foi criada a comissão para investigar os constantes ataques de tubarão em Pernambuco.

Só quem estava autorizado a falar com a imprensa era o professor Fabio Hazin ,da UFPE.

O coronel Neyff desobedeceu a ordem e deu entrevista à imprensa e quando Fabio Hazin chegou houve um certo constrangimento, já que tinha sido acertado com o comando dos bombeiros que quem só falava sobre o assunto era Fábio Hazin.", informa uma fonte do Blog do JC. "Na seqüência, sendo uma das maiores autoridades no Brasil, o prof.

Fábio Hazin fez um relatório contra Neyff, que responde a inquérito.

Comenta-se que Neyff agrediu o Comandante Geral do Bombeiro f?sica e verbalmente" O decreto Nº 29.988, publicado na segunda, diz que o bombeiro cometeu ato incompat?vel com a função policial, ficando provisoriamente afastado das suas funções. "O afastamento da função pública de que dispõe o art. 1º deste decreto, persistirá até completa apuração dos fatos na esfera administrativa e/ou judicial para assegurar a correspondente persecução disciplinar e criminal do ato reputado como incompat?vel com o exerc?cio da função". diz o decreto.

A assessoria do Secretário de Defesa Social, Rodney Rocha Miranda, informou ontem que houve um erro no edital e que ele seria republicado hoje. "Ele não foi exonerado, mas apenas afastado. É uma questão disciplinar interna", explicou a assessoria.

Segundo militares, é a primeira vez que um oficial de alta patente (coronel fechado, de três estrelas) é colocado nesta situação.