Se você quer saber quantos advogados inadimplentes regularizaram sua situação só para poder votar na eleição de presidente da OAB, esqueça, desista.

O assunto é tabu na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Pernambuco.

Ninguém quer falar disso porque comprou-se muitos votos de advogados, muitos mesmo.

O esquema é já uma tradição na Ordem.

As chapas se organizam, levantam dinheiro e se oferecem para quitar os débitos daqueles que estão inadimplentes com a anuidade.

Em troca, recebem o voto do eleitor já com sua situação regularizada.

Inadimplentes não podem votar. É assim também em outras entidades sindicais.

No dia da eleição do novo presidente da OAB/PE (16), só na hora do encerramento da votação, às 17h, ainda havia cerca de 100 pessoas na fila da tesouraria esperando sua vez para quitar os débitos e ir às urnas.

Todo mundo sabe na entidade que parte daquele dinheiro usado pelos inadimplentes vinha de candidatos.

Foram gastos nisso algumas dezenas de milhares de reais.

Faz uma semana que o Blog tenta descobrir quantos quitaram seus débitos nos dias que antecederam a eleição de Jayme Asfora.

Até hoje não recebemos respostas.

Nem da equipe de Jayme nem da de Julio Oliveira, atual presidente, candidato à reeleição e responsável pela tesouraria da Ordem.

Quantos terão sido beneficiados por esse esquema?

Será que havia magistrados ou procuradores entre eles?

Servidores públicos?

Definitivamente ninguém gosta de falar dos grotões eleitorais – sejam eles em munic?pios do interior ou no interior de categorias como essa, que, apesar dos desvios, tem como grande referência a tradicional Faculdade de Direito do Recife, orgulho da história do Brasil.