Por Cec?lia RamosRepórter do Blog Foi o que disse, há pouco, o ex-ministro da Saúde e candidato do PT derrotado ao governo de Pernambuco, Humberto Costa (PT), ao ser questionado se aceitaria um convite do governador eleito Eduardo Campos (PSB) para ocupar uma secretaria.
Ele concedeu entrevista a Rádio CBN Recife.
O único "senão" colocado por Humberto foi a sua defesa na Operação Vampiro.
O petista é acusado de envolvimento no esquema de fraudes para a compra de medicamentos no Ministério da Saúde, e responderá por formação de quadrilha e corrupção passiva.
Humberto deixou claro que enquanto não provar sua inocência não vai sossegar. "Estou fazendo um esforço para depor o mais rápido poss?vel.
Quem tem culpa, ao contrário, quer botar para frente, para prescrever", comentou, reafirmando que o seu envolvimento na operação foi uma "manobra pol?tica dos adversários" para tirá-lo da disputa estadual.
Bom, essa é a prioridade de Humberto.
Mas como ele mesmo observou um convite de trabalho não lhe cairia mal. "Não vejo problema nenhum ser secretário.
Não tive oportunidade de conversar com Eduardo sobre isso (secretariado).
E, desde que eu possa cuidar do meu objetivo (defesa na Justiça), eu quero ajudar", ressaltou o ex-ministro.
Humberto nega, dizendo que "em nenhum momento me debrucei sobre essa questão", mas Eduardo Campos já conversou, sim, com ele sobre a composição do novo governo.
Assim como também teve duas longas conversas com o prefeito do Recife, João Paulo (PT) sobre o mesmo tema.
Leia mais aqui. "Eduardo ficou de me ligar depois da viagem à Venezuela.
Soube que ele me ligou, mas eu estava viajando.
Não conversamos mais sobre esse assunto (secretariado)", despistou o ex-ministro.
TRANSIÇÃO Humberto Costa disse concordar com a "postura dura" do governador eleito, Eduardo Campos, e do vice, João Lyra (PDT), no transcorrer da transição.
O petista refere-se às recentes trocas de farpas entre as duas equipes, a do socialista e a do governador Mendonça Filho (PFL). "Eu tenho dúvidas desse oásis que o governo diz que vai entregar", disse Humberto.
Mendonça tem dito que vai entregar o Estado equilibrado, com capacidade de investir e bem diferente do que ele e o ex-governador Jarbas Vasconcelos (PMDB) herdaram do ex-governador Miguel Arraes, avô de Eduardo.
O petista também avaliou como "irresponsável" a atitude de Mendonça de enviar 16 projetos de lei em "caráter de urgência" para a Assembléia Legislativa. "Fazer isso no final do mandato pode prejudicar e comprometer o próximo governo". 2008 Atual secretário de Comunicação do PT, Humberto Costa demonstrou sua preocupação na "construção da unidade" em torno de um projeto para 2008, quando haverá eleição para a Prefeitura do Recife.
Com a experiência de não ter sido um nome de "consenso" dentro do partido para disputar o governo, Humberto sentiu nas costas o peso de carregar sua candidatura sem o apoio total e irrestrito da maior liderança petista em Pernambuco, João Paulo.
O prefeito abriu mão de disputar a "vaga" para o companheiro. "Da próxima vez que eu me candidatar, que seja em nome do consenso", avaliou Humberto, citando a dificuldade quando isso não ocorre.
Na análise dele, sua candidatura poderia ter empolgado mais a militância e ter mobilizado mais o partido, caso contasse com uma "unidade de fato". "Nós temos que ter o cuidado de construir uma unidade de fato, porque vamos ter uma eleição muito dura (2008)", finalizou.