Por Vin?cius Torres FreireNa Folha de S.Paulo de hoje O PLANO ECONÔMICO de Lula 2 parece imitar, em miniatura, iniciativas t?picas do Estado brasileiro de antes dos anos 90 do século passado.

Em vez de miniatura poder-se-ia falar em caricatura, mas não se avacalhe o pacote antes que ele venha a público, banhado e vestido (mas não maquiado).

Lula quer que uma grande estatal, a Eletrobrás, lidere o investimento em eletricidade.

Quer usar um fundo público de poupança obrigatória, o FGTS, para financiar a construção civil e subsidiar casas populares.

Quer que um banco estatal (CEF) empreste mais a governos e estatais.

Indiretamente, o Estado atuaria com desconto de imposto: subs?dio.

Subs?dio para empresas privadas de infra-estrutura e seus sócios financeiros.

Para empresas que invistam bastante em maquinário e para a construção civil.

Parêntese: há gente que acha tudo isso besteira.

Ao Estado caberia só gastar menos, a fim de poder baixar juros e deixar o setor privado livre para investir, em vez de privilegiar empresários com desconto de imposto.

Mas passemos.

Considere-se o caso mais complexo, importante e urgente, o da Eletrobrás.

Leis e normas limitam a capacidade da empresa de se financiar e de investir.

E a Eletrobrás financia o governo.

Com a Petrobras, responde pela grande contribuição das estatais ao superávit primário do governo federal.

Mas qual a alternativa ao apagão?

Privatizar elétricas?

Parece tolo, pois o dinheiro de novas obras seria desviado para a compra de usinas prontas.

A privatização do setor elétrico virou programa de longo prazo.

Mas a Eletrobrás, dado o problema fiscal, vai poder investir à solta, sem limites?

Não.

E vai precisar de sócios privados.

Quem vai definir onde ficarão as novas usinas e quais serão os parceiros privados?

Não vai haver mamata pol?tico-empresarial e escolhas ineficientes de investimentos?

Para que a estatal invista mais, sem que se torne lugar de mumunha pol?tica e rombos, é preciso profissionalizar sua direção, melhorar a "governança corporativa", e vender parte de suas ações.

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