Por Inaldo SampaioNo Jornal do Commercio de hoje Um dos mais espetaculares casos de rompimento pol?tico que ocorreram em Pernambuco nos últimos tempos foi mantido sob sigilo durante um ano, mas acabou se tornando público depois das eleições gerais de 1º de outubro.

Os atores desse episódio rumoroso são o senador eleito Jarbas Vasconcelos e o deputado federal eleito Edgar Moury Fernandes Sobrinho, ambos do PMDB.

Edgar era amigo pessoal, conselheiro pol?tico e assessor de absoluta confiança do ex-governador, desde a década de 70, quando os dois foram eleitos pelo velho MDB para a Assembléia Legislativa do Estado.

Há pouco mais de um ano, todavia, viraram inimigos figadais.

A inimizade é de tal relevância que Edgar fez sua campanha para a Câmara Federal sem participar de nenhum evento ao lado de Jarbas.

Evitava encontrá-lo nos com?cios e quando acontecia de o ex-governador chegar a determinado munic?pio em que ele já se encontrava, deixava o local e ia embora “para não ter que ver a cara daquele cidadão???.

O caso era do conhecimento do governador Mendonça Filho (PFL) e do senador Sérgio Guerra (PSDB) desde dezembro de 2004.

Mas, para não tumultuar a aliança, foi mantido sob “segredo de estado??? até a data das últimas eleições.

Chefe do comitê de finanças de todas as campanhas majoritárias de que Jarbas Vasconcelos participou, Edgar é tido nos meios pol?ticos pernambucanos como um dos “homens-bomba??? da pol?tica dado o volume de informações que teve oportunidade de recolher ao longo de mais de 30 anos de convivência com o ex-governador e seus familiares.

Supõe-se que foi por essa razão que Jarbas não peitou de frente o ex-amigo, que foi seu auxiliar na Prefeitura do Recife e também no governo do Estado durante quase 15 anos.

Mesmo sem se falarem, Edgar permaneceu na Casa Civil como assessor especial da então secretária Lúcia Pontes até a data que foi obrigado a desincompatibilizar-se para disputar uma vaga na Câmara Federal, com uma particularidade: passou cerca de seis meses sem despachar uma única vez com o então governador.

Os papéis pertinentes à sua assessoria eram levados à presença de Jarbas por outra pessoa.

Candidatura mantida, o racha ocorre Segundo versões colhidas pelo JC junto a ex-secretários de Estado e parlamentares do bloco governista, a inimizade entre Jarbas Vasconcelos e Edgar Moury Fernandes teve in?cio quando Edgar começou a se preparar para ser deputado federal.

Não passava mais pela cabeça dele voltar à disputa por mandato eletivo e sim permanecer como assessor e amigo do governador Jarbas, que também se preparava para ser senador.

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Na campanha, relação de inimigos Quando Edgar Moury (PMDB) começou a se articular politicamente para disputar uma cadeira na Câmara Federal ainda estava lotado na Casa Civil, sob a batuta formal da então secretária Lúcia Pontes.

Mas desempenhando as mesmas funções que havia desempenhado no primeiro governo (1999-2002) por delegação de Jarbas Vasconcelos.

Ele era uma espécie de “faz-de-tudo??? na administração estadual.

Além de tomar conta do “caixa??? das campanhas, solucionava conflitos entre secretários sempre que isso ameaçava pôr em risco a unidade da aliança ou mesmo do governo.

Tudo na maior discrição, sem badalação e longe das colunas sociais, como ele próprio gostava de dizer. “Esse é o meu jeito de ser e é sempre assim que eu pretendo continuar???, dizia ele para os amigos.

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Luta por espaços também afasta Edgar de Cadoca O deputado federal eleito Edgar Moury (PMDB) também está rompido com o correligionário Carlos Eduardo Cadoca (PMDB)por conta da divisão de espaços pol?ticos nas eleições para a Câmara Federal.

A principal “queda-de-braço??? entre ambos deu-se no munic?pio de Ipojuca (Região Metropolitana), cujo prefeito, Pedro Serafim, é filiado ao PMDB e muito ligado ao Palácio do governo.

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