Por Fernando CastilhoNa coluna JC Negócios do Jornal do Commercio Não agrada em nada a Pernambuco o imbróglio entre a Petrobras e o Ceará, por causa do pedido da estatal de renegociação dos preços do gás natural para a Companhia Siderúrgica do Ceará (Ceará Steel).

Isso porque, no m?nimo, a pendência dificulta a aprovação do projeto que autoriza a Transpetro a contratar a construção de 26 navios, entres eles os dez que serão feitos em Suape.

A coisa funciona assim: o Senado tem que autorizar a subsidiária da Petrobras a se endividar em até R$ R$ 5,6 bilhões.

Com isso, ela pode ir ao BNDES para fazer o empréstimo e contratar a compra dos navios, entre eles os do futuro estaleiro Atlântico Sul, liderado pela Camargo Corrêa.

O problema é que, desde maio o Senado olha atravessado para o pedido.

Primeiro foi a campanha eleitoral.

Agora, vem a briga do Ceará com a Petrobras.

Resultado: o pedido não é votado.

E sem isso o estaleiro simplesmente não existe.

Essa coisa toda tem a ver com Evo Morales e seu gás.

Quando, em dezembro de 2005, a sul-coreana Dongkuk Steel, a italiana Danieli e a brasileira Vale do Rio Doce aprovaram o projeto, estava tudo certo.

O gás do Rio Grande do Norte viria com preço baixo e depois tinha a promessa do terminal de regaseificação para sustentar as novas necessidades.

Mas a partir de maio a coisa pegou.

A Petrobras refez suas contas e viu que com a aquele preço não dá.

Foi ai que a coisa explodiu.

O problema é que essa briga de baião de dois está botando gosto ruim na peixada pernambucana.